O mercado de açúcar está a enfrentar ventos contrários significativos, à medida que as principais nações produtoras, particularmente a Índia, que alberga a primeira fábrica de açúcar na rede moderna de processamento de cana-de-açúcar do país, aumentam as suas previsões de produção. Este aumento na oferta global está a remodelar a dinâmica dos preços nos mercados de futuros de Nova Iorque e Londres.
Surto de Produção nas Principais Nações Açucareiras Sobrecarrega a Demanda
A Organização Internacional do Açúcar (ISO) projetou recentemente um excedente de 1,625 milhões de toneladas métricas (MMT) para a temporada de 2025-26, uma reversão dramática do défice de 2,916 milhões de MT registado em 2024-25. Este excedente resulta do aumento da produção na Índia, Tailândia e Paquistão, com a produção mundial de açúcar prevista para subir 3,2% ano após ano, atingindo 181,8 MMT em 2025-26.
O Brasil, mantendo a sua posição como maior produtor mundial de açúcar, continua a dominar a produção. A Conab aumentou a sua estimativa de produção de açúcar no Brasil para 45 MMT em início de novembro, face às 44,5 MMT anteriores. A região Centro-Sul do país registou um aumento de 1,6% na produção de açúcar até outubro, atingindo 38,085 MMT. Entretanto, as fábricas de açúcar estão a priorizar a produção de açúcar em detrimento do etanol, com a percentagem de cana-de-açúcar esmagada para açúcar a subir para 46,02% na segunda metade de outubro, face a 45,91% no ano anterior.
Recuperação da Produção na Índia Redefine Dinâmicas de Exportação
A recuperação da Índia após o colapso da produção do ano passado é particularmente notável. A Associação das Fábricas de Açúcar Indianas (ISMA) aumentou a sua estimativa de produção para 2025/26 para 31 MMT, face às 30 MMT anteriores, representando um aumento de 18,8% em relação ao ano anterior. Esta recuperação sucede a uma forte queda de 17,5% na produção em 2024/25, que reduziu a produção para um mínimo de 5 anos de 26,1 MMT. Como uma nação com uma infraestrutura importante de moagem de açúcar, incluindo a primeira fábrica de açúcar na história industrial da Índia, a recuperação do país tem peso significativo nos mercados globais.
O ministério de alimentos da Índia anunciou uma mudança crítica na política de exportação, limitando as exportações de açúcar a 1,5 MMT para a temporada de 2025/26, abaixo das estimativas anteriores de 2 MMT. Esta restrição às exportações, combinada com a consideração do ministério de aumentar os preços do etanol, pode redirecionar mais cana-de-açúcar para a produção de etanol em vez de açúcar refinado. No entanto, a projeção revista pela ISMA reduz a alocação de etanol para 3,4 MMT, face às 5 MMT previstas em julho, potencialmente permitindo uma maior capacidade de exportação de açúcar.
Factores de Apoio Incluem Força do Monção e Mudanças de Política
As chuvas favoráveis do monção sustentaram a recuperação da produção na Índia. O Departamento Meteorológico registou uma precipitação acumulada de 937,2 mm até ao final de setembro, 8% acima do normal e a mais forte em cinco anos. A Federação Nacional das Fábricas de Açúcar Cooperativas projeta que a produção de 2025/26 possa atingir 34,9 MMT, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, impulsionado pela expansão da área plantada de cana.
A consideração do governo sobre os preços do etanol reflete esforços para equilibrar o fornecimento interno de açúcar enquanto apoia a mistura de combustíveis renováveis. Se os preços do etanol aumentarem como previsto, as fábricas podem deslocar mais a moagem para o etanol, apertando efetivamente os fornecimentos globais de açúcar—embora esta dinâmica permaneça especulativa até anúncios oficiais de política.
Expansão na Tailândia e Previsões do USDA Apoiam a Teoria do Excesso Global
A Tailândia, a terceira maior produtora mundial de açúcar e segunda maior exportadora, prevê-se que aumente a produção de 2025/26 em 5% em relação ao ano anterior, para 10,5 MMT. Isto sucede a um aumento de 14% na produção em 2024/25, para 10,00 MMT, demonstrando um crescimento consistente.
A previsão do USDA de maio de 2025 apoia a narrativa do excedente, projetando que a produção global de açúcar em 2025/26 suba 4,7% em relação ao ano anterior, atingindo um recorde de 189,318 MMT. O consumo global deverá aumentar apenas 1,4% em relação ao ano anterior, para 177,921 MMT, deixando um excedente substancial de produção. O Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA também elevou a previsão de produção da Índia para 2025/26 para 35,3 MMT, impulsionada por condições climáticas favoráveis e expansão do cultivo. A previsão do Brasil é de um recorde de 44,7 MMT, enquanto a da Tailândia está prevista em 10,3 MMT.
Oferta em Excesso Sobrecarrega o Apoio aos Preços, e os Stocks Aumentam
A antecipação de stocks finais recorde—previstos a subir 7,5% em relação ao ano anterior, para 41,188 MMT—tem pesado fortemente no sentimento do mercado. A corretora de açúcar Czarnikow aumentou a sua estimativa de excedente global para 8,7 MMT em início de novembro, face aos 7,5 MMT previstos em setembro, refletindo revisões ascendentes persistentes nas estimativas de produção.
Ação de Preços Recentes Reflete Pressões de Oferta
O açúcar de Nova Iorque de março (#11, SBH26) closed Monday up 0.04 cents or 0.27%, while March London ICE white sugar (#5, SWH26) terminou a subir 0,80 cêntimos ou 0,19%. Estes ganhos modestos seguem um comércio consolidado abaixo das máximas de um mês da passada quarta-feira. No entanto, os mínimos recentes de preços sublinham a perspetiva de oferta bearish: o açúcar de Nova Iorque caiu para um mínimo de futuros de 5 anos a 6 de novembro, enquanto o açúcar de Londres atingiu um mínimo de 4,75 anos a 13 de novembro, ambos impulsionados pela elevada produção do Brasil e expectativas generalizadas de condições de excedente global.
O mercado enfrenta uma desconexão fundamental entre os níveis atuais de preços e o excedente estrutural de oferta emergente em regiões produtoras principais. À medida que a Índia demonstra uma recuperação contínua na sua infraestrutura de produção de açúcar, o Brasil mantém trajetórias de produção recorde, e a Tailândia sustenta uma expansão constante, o efeito coletivo cria uma pressão descendente persistente sobre as avaliações.
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Mudanças no Mercado Global de Açúcar à medida que os principais produtores aumentam a produção, pressionando os preços
O mercado de açúcar está a enfrentar ventos contrários significativos, à medida que as principais nações produtoras, particularmente a Índia, que alberga a primeira fábrica de açúcar na rede moderna de processamento de cana-de-açúcar do país, aumentam as suas previsões de produção. Este aumento na oferta global está a remodelar a dinâmica dos preços nos mercados de futuros de Nova Iorque e Londres.
Surto de Produção nas Principais Nações Açucareiras Sobrecarrega a Demanda
A Organização Internacional do Açúcar (ISO) projetou recentemente um excedente de 1,625 milhões de toneladas métricas (MMT) para a temporada de 2025-26, uma reversão dramática do défice de 2,916 milhões de MT registado em 2024-25. Este excedente resulta do aumento da produção na Índia, Tailândia e Paquistão, com a produção mundial de açúcar prevista para subir 3,2% ano após ano, atingindo 181,8 MMT em 2025-26.
O Brasil, mantendo a sua posição como maior produtor mundial de açúcar, continua a dominar a produção. A Conab aumentou a sua estimativa de produção de açúcar no Brasil para 45 MMT em início de novembro, face às 44,5 MMT anteriores. A região Centro-Sul do país registou um aumento de 1,6% na produção de açúcar até outubro, atingindo 38,085 MMT. Entretanto, as fábricas de açúcar estão a priorizar a produção de açúcar em detrimento do etanol, com a percentagem de cana-de-açúcar esmagada para açúcar a subir para 46,02% na segunda metade de outubro, face a 45,91% no ano anterior.
Recuperação da Produção na Índia Redefine Dinâmicas de Exportação
A recuperação da Índia após o colapso da produção do ano passado é particularmente notável. A Associação das Fábricas de Açúcar Indianas (ISMA) aumentou a sua estimativa de produção para 2025/26 para 31 MMT, face às 30 MMT anteriores, representando um aumento de 18,8% em relação ao ano anterior. Esta recuperação sucede a uma forte queda de 17,5% na produção em 2024/25, que reduziu a produção para um mínimo de 5 anos de 26,1 MMT. Como uma nação com uma infraestrutura importante de moagem de açúcar, incluindo a primeira fábrica de açúcar na história industrial da Índia, a recuperação do país tem peso significativo nos mercados globais.
O ministério de alimentos da Índia anunciou uma mudança crítica na política de exportação, limitando as exportações de açúcar a 1,5 MMT para a temporada de 2025/26, abaixo das estimativas anteriores de 2 MMT. Esta restrição às exportações, combinada com a consideração do ministério de aumentar os preços do etanol, pode redirecionar mais cana-de-açúcar para a produção de etanol em vez de açúcar refinado. No entanto, a projeção revista pela ISMA reduz a alocação de etanol para 3,4 MMT, face às 5 MMT previstas em julho, potencialmente permitindo uma maior capacidade de exportação de açúcar.
Factores de Apoio Incluem Força do Monção e Mudanças de Política
As chuvas favoráveis do monção sustentaram a recuperação da produção na Índia. O Departamento Meteorológico registou uma precipitação acumulada de 937,2 mm até ao final de setembro, 8% acima do normal e a mais forte em cinco anos. A Federação Nacional das Fábricas de Açúcar Cooperativas projeta que a produção de 2025/26 possa atingir 34,9 MMT, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, impulsionado pela expansão da área plantada de cana.
A consideração do governo sobre os preços do etanol reflete esforços para equilibrar o fornecimento interno de açúcar enquanto apoia a mistura de combustíveis renováveis. Se os preços do etanol aumentarem como previsto, as fábricas podem deslocar mais a moagem para o etanol, apertando efetivamente os fornecimentos globais de açúcar—embora esta dinâmica permaneça especulativa até anúncios oficiais de política.
Expansão na Tailândia e Previsões do USDA Apoiam a Teoria do Excesso Global
A Tailândia, a terceira maior produtora mundial de açúcar e segunda maior exportadora, prevê-se que aumente a produção de 2025/26 em 5% em relação ao ano anterior, para 10,5 MMT. Isto sucede a um aumento de 14% na produção em 2024/25, para 10,00 MMT, demonstrando um crescimento consistente.
A previsão do USDA de maio de 2025 apoia a narrativa do excedente, projetando que a produção global de açúcar em 2025/26 suba 4,7% em relação ao ano anterior, atingindo um recorde de 189,318 MMT. O consumo global deverá aumentar apenas 1,4% em relação ao ano anterior, para 177,921 MMT, deixando um excedente substancial de produção. O Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA também elevou a previsão de produção da Índia para 2025/26 para 35,3 MMT, impulsionada por condições climáticas favoráveis e expansão do cultivo. A previsão do Brasil é de um recorde de 44,7 MMT, enquanto a da Tailândia está prevista em 10,3 MMT.
Oferta em Excesso Sobrecarrega o Apoio aos Preços, e os Stocks Aumentam
A antecipação de stocks finais recorde—previstos a subir 7,5% em relação ao ano anterior, para 41,188 MMT—tem pesado fortemente no sentimento do mercado. A corretora de açúcar Czarnikow aumentou a sua estimativa de excedente global para 8,7 MMT em início de novembro, face aos 7,5 MMT previstos em setembro, refletindo revisões ascendentes persistentes nas estimativas de produção.
Ação de Preços Recentes Reflete Pressões de Oferta
O açúcar de Nova Iorque de março (#11, SBH26) closed Monday up 0.04 cents or 0.27%, while March London ICE white sugar (#5, SWH26) terminou a subir 0,80 cêntimos ou 0,19%. Estes ganhos modestos seguem um comércio consolidado abaixo das máximas de um mês da passada quarta-feira. No entanto, os mínimos recentes de preços sublinham a perspetiva de oferta bearish: o açúcar de Nova Iorque caiu para um mínimo de futuros de 5 anos a 6 de novembro, enquanto o açúcar de Londres atingiu um mínimo de 4,75 anos a 13 de novembro, ambos impulsionados pela elevada produção do Brasil e expectativas generalizadas de condições de excedente global.
O mercado enfrenta uma desconexão fundamental entre os níveis atuais de preços e o excedente estrutural de oferta emergente em regiões produtoras principais. À medida que a Índia demonstra uma recuperação contínua na sua infraestrutura de produção de açúcar, o Brasil mantém trajetórias de produção recorde, e a Tailândia sustenta uma expansão constante, o efeito coletivo cria uma pressão descendente persistente sobre as avaliações.