Perspectivas de Produção pressionam os mercados de Arábica e Robusta
O mercado de futuros de café experimentou uma pressão significativa de baixa na segunda-feira, com contratos de arábica de março fechando com uma queda de 9,00 pontos (-2,44%), enquanto os contratos de robusta de janeiro caíram 80 pontos (-1,94%). Ambos os contratos estenderam as perdas da sexta-feira anterior, marcando o ponto mais baixo do arábica em três semanas e o desempenho mais fraco do robusta em um período de quatro meses. O principal fator por trás dessas quedas é o aumento da oferta global de café combinado com condições climáticas melhoradas nas principais regiões produtoras.
Clima no Brasil alivia preocupações com a produção
As regiões produtoras de café do Brasil receberam chuvas substanciais durante a semana que terminou em 12 de dezembro, com Minas Gerais—o maior centro de produção de arábica do país—registrando 79,8 mm de precipitação, representando 155% da média histórica, de acordo com a Somar Meteorologia. Esse aumento de umidade influenciou diretamente as fases de crescimento das plantas de café, criando condições favoráveis ao desenvolvimento da safra. A Climatempo previu que “chuvas intensas e persistentes” continuariam ao longo da semana nas zonas produtoras de café do Brasil, aliviando ainda mais as preocupações anteriores relacionadas à seca.
A agência oficial de safra do Brasil, Conab, respondeu às condições melhoradas aumentando sua previsão de produção de café para 2025 em 2,4%, elevando a estimativa para 56,54 milhões de sacos, contra a projeção de setembro de 55,20 milhões de sacos. Essa revisão para cima reflete confiança nas fases de crescimento robusto das plantas de café e no potencial de colheita.
Expansão da oferta vietnamita intensifica pressões competitivas
Os dados de exportação do Vietnã revelam mais um obstáculo significativo na oferta. O Escritório Nacional de Estatísticas reportou que as exportações de café de novembro aumentaram 39% em relação ao ano anterior, atingindo 88.000 toneladas métricas, enquanto as exportações de janeiro a novembro subiram 14,8% em relação ao ano anterior, totalizando 1,398 milhão de toneladas métricas. Olhando para o futuro, a produção de café do Vietnã em 2025/26 está projetada para atingir 1,76 milhão de toneladas métricas (29,4 milhões de sacos), um aumento de 6% ao ano e atingindo um recorde de produção em quatro anos. A Associação de Café e Cacau do Vietnã indicou que a produção poderia atingir 10% acima dos níveis do ano anterior se as condições climáticas permanecerem favoráveis, ampliando ainda mais as pressões sobre a oferta de robusta.
Previsões globais de produção pintam um quadro de oferta abundante
O Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA (FAS) projeta que a produção mundial de café em 2025/26 aumentará 2,5% em relação ao ano anterior, atingindo um recorde de 178,68 milhões de sacos. Enquanto a produção de arábica deve diminuir 1,7%, para 97,022 milhões de sacos, as ofertas de robusta irão subir 7,9%, para 81,658 milhões de sacos. A FAS estima que a produção do Brasil em 2025/26 seja de 65 milhões de sacos (aumento de 0,5% ao ano) e a do Vietnã de 31 milhões de sacos (aumento de 6,9% ao ano), também um recorde de quatro anos(.
A Organização Internacional do Café )ICO( relatou em novembro que as exportações globais de café para o ano de comercialização atual )outubro-setembro( diminuíram marginalmente 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos, embora essa contração modesta seja pequena frente às expectativas de crescimento da produção.
Tendências de inventário apresentam sinais mistos
Os estoques de arábica monitorados pela ICE caíram para um mínimo de 1,75 anos, de 398.645 sacos em 20 de novembro, mas posteriormente se recuperaram para 426.523 sacos )máximo de cinco semanas( em 5 de dezembro. Os estoques de robusta atingiram um mínimo de 11,5 meses, de 4.012 lotes, na última quarta-feira. Essas flutuações de inventário sugerem uma certa escassez subjacente, mas as expectativas de produção futura parecem suficientemente robustas para pressionar os preços para baixo.
A FAS projeta que os estoques finais de café em 2025/26 subirão 4,9%, para 22,819 milhões de sacos, de 21,752 milhões de sacos em 2024/25, reforçando a perspectiva de oferta abundante.
Dinâmica de exportação revela mudanças nos padrões comerciais
As exportações de café verde do Brasil em novembro caíram 27% em relação ao ano anterior, para 3,3 milhões de sacos, de acordo com o grupo de exportadores Cecafe. No entanto, essa queda reflete interrupções temporárias no comércio, e não restrições de oferta. As importações de café dos EUA do Brasil durante agosto-outubro )quando as tarifas da era Trump estavam em vigor caíram 52% em relação ao ano anterior, para 983.970 sacos. Embora essas tarifas tenham sido posteriormente reduzidas, os estoques de café nos EUA permanecem limitados, potencialmente apoiando uma demanda limitada e preços mais baixos.
Perspectiva de mercado: crescimento da oferta domina a descoberta de preços
A convergência do aumento da produção brasileira, expansão da produção vietnamita, condições climáticas favoráveis às fases de crescimento das plantas de café e as projeções de aumento global de oferta criaram um ambiente de baixa para os preços de arábica e robusta. Enquanto a redução dos estoques na ICE oferece suporte temporário e a redução das tarifas americanas pode, aos poucos, restabelecer a demanda nos EUA, a trajetória de excesso estrutural de oferta parece provável de manter a pressão de baixa sobre os preços das commodities no curto prazo.
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Aumento global na oferta de café remodela a dinâmica do mercado à medida que o clima no Brasil melhora
Perspectivas de Produção pressionam os mercados de Arábica e Robusta
O mercado de futuros de café experimentou uma pressão significativa de baixa na segunda-feira, com contratos de arábica de março fechando com uma queda de 9,00 pontos (-2,44%), enquanto os contratos de robusta de janeiro caíram 80 pontos (-1,94%). Ambos os contratos estenderam as perdas da sexta-feira anterior, marcando o ponto mais baixo do arábica em três semanas e o desempenho mais fraco do robusta em um período de quatro meses. O principal fator por trás dessas quedas é o aumento da oferta global de café combinado com condições climáticas melhoradas nas principais regiões produtoras.
Clima no Brasil alivia preocupações com a produção
As regiões produtoras de café do Brasil receberam chuvas substanciais durante a semana que terminou em 12 de dezembro, com Minas Gerais—o maior centro de produção de arábica do país—registrando 79,8 mm de precipitação, representando 155% da média histórica, de acordo com a Somar Meteorologia. Esse aumento de umidade influenciou diretamente as fases de crescimento das plantas de café, criando condições favoráveis ao desenvolvimento da safra. A Climatempo previu que “chuvas intensas e persistentes” continuariam ao longo da semana nas zonas produtoras de café do Brasil, aliviando ainda mais as preocupações anteriores relacionadas à seca.
A agência oficial de safra do Brasil, Conab, respondeu às condições melhoradas aumentando sua previsão de produção de café para 2025 em 2,4%, elevando a estimativa para 56,54 milhões de sacos, contra a projeção de setembro de 55,20 milhões de sacos. Essa revisão para cima reflete confiança nas fases de crescimento robusto das plantas de café e no potencial de colheita.
Expansão da oferta vietnamita intensifica pressões competitivas
Os dados de exportação do Vietnã revelam mais um obstáculo significativo na oferta. O Escritório Nacional de Estatísticas reportou que as exportações de café de novembro aumentaram 39% em relação ao ano anterior, atingindo 88.000 toneladas métricas, enquanto as exportações de janeiro a novembro subiram 14,8% em relação ao ano anterior, totalizando 1,398 milhão de toneladas métricas. Olhando para o futuro, a produção de café do Vietnã em 2025/26 está projetada para atingir 1,76 milhão de toneladas métricas (29,4 milhões de sacos), um aumento de 6% ao ano e atingindo um recorde de produção em quatro anos. A Associação de Café e Cacau do Vietnã indicou que a produção poderia atingir 10% acima dos níveis do ano anterior se as condições climáticas permanecerem favoráveis, ampliando ainda mais as pressões sobre a oferta de robusta.
Previsões globais de produção pintam um quadro de oferta abundante
O Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA (FAS) projeta que a produção mundial de café em 2025/26 aumentará 2,5% em relação ao ano anterior, atingindo um recorde de 178,68 milhões de sacos. Enquanto a produção de arábica deve diminuir 1,7%, para 97,022 milhões de sacos, as ofertas de robusta irão subir 7,9%, para 81,658 milhões de sacos. A FAS estima que a produção do Brasil em 2025/26 seja de 65 milhões de sacos (aumento de 0,5% ao ano) e a do Vietnã de 31 milhões de sacos (aumento de 6,9% ao ano), também um recorde de quatro anos(.
A Organização Internacional do Café )ICO( relatou em novembro que as exportações globais de café para o ano de comercialização atual )outubro-setembro( diminuíram marginalmente 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos, embora essa contração modesta seja pequena frente às expectativas de crescimento da produção.
Tendências de inventário apresentam sinais mistos
Os estoques de arábica monitorados pela ICE caíram para um mínimo de 1,75 anos, de 398.645 sacos em 20 de novembro, mas posteriormente se recuperaram para 426.523 sacos )máximo de cinco semanas( em 5 de dezembro. Os estoques de robusta atingiram um mínimo de 11,5 meses, de 4.012 lotes, na última quarta-feira. Essas flutuações de inventário sugerem uma certa escassez subjacente, mas as expectativas de produção futura parecem suficientemente robustas para pressionar os preços para baixo.
A FAS projeta que os estoques finais de café em 2025/26 subirão 4,9%, para 22,819 milhões de sacos, de 21,752 milhões de sacos em 2024/25, reforçando a perspectiva de oferta abundante.
Dinâmica de exportação revela mudanças nos padrões comerciais
As exportações de café verde do Brasil em novembro caíram 27% em relação ao ano anterior, para 3,3 milhões de sacos, de acordo com o grupo de exportadores Cecafe. No entanto, essa queda reflete interrupções temporárias no comércio, e não restrições de oferta. As importações de café dos EUA do Brasil durante agosto-outubro )quando as tarifas da era Trump estavam em vigor caíram 52% em relação ao ano anterior, para 983.970 sacos. Embora essas tarifas tenham sido posteriormente reduzidas, os estoques de café nos EUA permanecem limitados, potencialmente apoiando uma demanda limitada e preços mais baixos.
Perspectiva de mercado: crescimento da oferta domina a descoberta de preços
A convergência do aumento da produção brasileira, expansão da produção vietnamita, condições climáticas favoráveis às fases de crescimento das plantas de café e as projeções de aumento global de oferta criaram um ambiente de baixa para os preços de arábica e robusta. Enquanto a redução dos estoques na ICE oferece suporte temporário e a redução das tarifas americanas pode, aos poucos, restabelecer a demanda nos EUA, a trajetória de excesso estrutural de oferta parece provável de manter a pressão de baixa sobre os preços das commodities no curto prazo.