Os mercados de café Arábica e Robusta recuam devido a sinais de oferta abundante

Futuros de café recuaram significativamente nas últimas sessões de negociação, com o café arábica de março a fechar a -2,30 pontos (-0,66%) e o café robusta de janeiro a diminuir 25 pontos (-0,66%) na quinta-feira. Nas últimas duas semanas, ambos os contratos sofreram uma forte correção, estabelecendo-se em mínimos de quatro meses. A venda reflete uma confluência de fatores baixistas centrados no desenvolvimento positivo da colheita e em projeções de oferta abundante.

Chuva no Brasil Alivia Preocupações com a Colheita

As regiões produtoras de café do Brasil receberam chuvas excepcionais que mudaram fundamentalmente o sentimento do mercado. A previsão da Climatempo para segunda-feira indica que precipitações intensas e persistentes continuarão esta semana nas principais áreas de cultivo. Mais significativamente, Minas Gerais—o maior produtor de arábica do Brasil—acumulou 79,8 mm de chuva durante a semana que terminou em 12 de dezembro, representando 155% da média histórica. Essas condições climáticas positivas aliviaram preocupações anteriores de seca e suprimiram cotações altistas relacionadas à viabilidade da colheita.

Fraqueza da Moeda Aumenta Pressão nas Exportações

A desvalorização do real brasileiro para uma mínima de 4,5 meses frente ao dólar agravou a pressão descendente sobre os preços. Um real mais fraco incentiva os exportadores brasileiros de café a acelerarem as vendas, inundando os mercados com oferta adicional. Essa dinâmica cambial reforça o tom baixista que dominou as negociações.

Projeções de Produção Indicam Recorde de Produção

A agência de previsão de safra do Brasil, Conab, aumentou sua estimativa de produção para 2025 em 2,4%, para 56,54 milhões de sacos em dezembro, acima da projeção de setembro de 55,20 milhões de sacos. Olhando para o futuro, o USDA Foreign Agriculture Service prevê que a produção do Brasil em 2025/26 aumentará 0,5% em relação ao ano anterior, atingindo 65 milhões de sacos. A produção global de café deve atingir um recorde de 178,68 milhões de sacos em 2025/26—um aumento de +2,5% em relação ao ano anterior—com robusta expandindo 7,9% para 81,658 milhões de sacos e arábica a diminuir 1,7% para 97,022 milhões de sacos.

Surto de Oferta no Vietname Pressiona Robusta

As exportações de café do Vietname em novembro aumentaram 39% em relação ao ano anterior, para 88.000 MT, com os embarques de janeiro a novembro subindo 14,8% para 1,398 MMT. A produção do país em 2025/26 está projetada para subir 6% ao ano, atingindo 1,76 MMT (29,4 milhões de sacos), marcando um máximo de quatro anos. A Associação de Café e Cacau do Vietname sugeriu que a produção poderia atingir 10% acima do ano agrícola anterior, se as condições climáticas permanecerem favoráveis. Como maior produtor mundial de robusta, o aumento das ofertas vietnamitas criou obstáculos substanciais para as cotações de robusta.

Ajustes de Inventário Oferecem Apoio Limitado

Os estoques de arábica monitorados pela ICE atingiram uma mínima de 1,75 anos, de 398.645 sacos em 20 de novembro, antes de se recuperarem para 432.672 sacos até quinta-feira. Os estoques de robusta caíram para uma mínima de 11,5 meses, de 4.012 lotes na última quarta-feira. Embora condições de inventário mais restritas tenham fornecido alguns sinais positivos para os preços, a perspectiva mais ampla de oferta tem ofuscado esses fatores de suporte.

Dinâmica de Importação nos EUA e Ajustes no Comércio Global

Os compradores americanos de café reduziram significativamente as compras brasileiras durante o período de tarifas—as remessas de agosto a outubro caíram 52% em relação ao ano anterior, para 983.970 sacos. Embora as tarifas nos EUA tenham sido posteriormente flexibilizadas, os estoques de café nos EUA permanecem restritos, potencialmente limitando uma aceleração das importações a curto prazo. Enquanto isso, as exportações globais de café para o ano de comercialização atual (outubro-setembro) caíram marginalmente 0,3%, para 138,658 milhões de sacos, sugerindo uma atividade de exportação moderada apesar das projeções de produção abundante.

As projeções da Organização Internacional do Café e do USDA FAS indicam que os estoques finais de 2025/26 subirão 4,9%, para 22,819 milhões de sacos, reforçando as expectativas de mercados bem supridos no futuro. Juntos, esses fundamentos criaram um ambiente onde o desenvolvimento positivo da colheita e as previsões de produção prevaleceram sobre as restrições de inventário, impulsionando a recente fraqueza dos preços.

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