Futuros de café estão a experimentar uma pressão crescente devido a uma perspetiva de oferta inesperadamente robusta que está a remodelar as expectativas do mercado. O café arábica de março caiu 0,05 pontos (-0,01%), enquanto o café robusta de janeiro caiu 14 pontos (-0,37%), ambos os contratos atingindo os seus níveis mais baixos em quatro meses. Uma breve fraqueza do dólar proporcionou algum alívio ao mercado, embora os fundamentos subjacentes continuem decididamente baixistas para os preços do café.
Chuva no Brasil Alivia Preocupações com a Produção
O principal culpado pela fraqueza dos preços do café é uma melhoria na situação meteorológica no Brasil, o maior fornecedor mundial de café. Chuvas intensas em regiões produtoras de café já não são uma preocupação—na verdade, tornaram-se uma fonte de alívio. O estado de Minas Gerais, que produz a maioria da colheita de arábica do país, recebeu 79,8mm de chuva na semana que terminou em 12 de dezembro, representando 155% da média histórica. Os meteorologistas preveem chuvas intensas e persistentes para esta semana, resolvendo essencialmente as preocupações anteriores de seca.
Esta perspetiva benigno para a colheita do Brasil explica por que os preços do café têm caído acentuadamente nas últimas semanas. A agência de previsão de colheitas do Brasil, Conab, revisou a sua estimativa de produção para 2025 para cima em 2,4%, agora projetando 56,54 milhões de sacos em comparação com a previsão de setembro de 55,20 milhões de sacos. Tais atualizações normalmente pesam fortemente nos preços das commodities.
A História do Robusta: Abundância no Vietname
O café robusta, produzido principalmente no Vietname, enfrenta obstáculos de oferta separados. As exportações de café de novembro do Vietname aumentaram 39% em relação ao ano anterior, atingindo 88.000 toneladas métricas, enquanto as exportações acumuladas até novembro subiram 14,8% para 1,398 milhões de toneladas métricas. Olhando para o futuro, a produção de café de 2025/26 no Vietname está projetada para atingir 1,76 milhões de toneladas métricas (29,4 milhões de sacos), marcando um máximo de 4 anos e representando um crescimento de 6% em relação ao ano anterior.
A associação de café do Vietname indicou que a produção poderia ser ainda mais forte—potencialmente 10% superior ao ano agrícola anterior—se o clima permanecer favorável. Essa abundância de oferta de robusta continua a suprimir os preços do café, apesar de níveis de inventário mais apertados noutros lugares.
Sinais Mistos sobre as Ofertas Globais
Embora as ofertas regionais pareçam abundantes, alguns indicadores globais sugerem condições mais apertadas. Os exportadores de arábica relataram que os embarques de café verde do Brasil caíram 27% em relação ao ano anterior, para 3,3 milhões de sacos em novembro, proporcionando algum suporte aos preços. Além disso, os inventários de arábica monitorizados pela ICE diminuíram para um mínimo de 1,75 anos, de 398.645 sacos em 20 de novembro, embora tenham recuperado para 426.938 sacos até quarta-feira. Os inventários de robusta também atingiram um mínimo de 11,5 meses, de 4.012 lotes.
A Organização Internacional do Café relatou que as exportações globais de café para o atual ano de comercialização (Outubro-Setembro) diminuíram 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos, sinalizando que, apesar dos aumentos na produção, o impulso das exportações desacelerou.
O Fator Tarifário e a Demanda dos EUA
A demanda de café nos EUA conta uma história interessante. Os compradores americanos evitaram em grande medida o café brasileiro durante o período em que as tarifas da administração Trump estavam em vigor (Agosto a outubro), com as compras a cair 52% em relação ao ano anterior, para 983.970 sacos. Embora essas tarifas tenham sido posteriormente aliviadas, os inventários de café nos EUA permanecem notavelmente apertados, potencialmente apoiando uma futura recuperação dos preços se a procura se recuperar.
Previsões de Produção Futura Mantêm a Pressão
O Serviço de Agricultura Estrangeira do Departamento de Agricultura dos EUA projeta que a produção global de café de 2025/26 atingirá 178,68 milhões de sacos, um máximo histórico que representa um crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior. A produção de arábica deve diminuir 1,7%, para 97,022 milhões de sacos, mas a produção de robusta deverá aumentar 7,9%, para 81,658 milhões de sacos.
A produção do Brasil deve crescer 0,5%, para 65 milhões de sacos, enquanto a produção do Vietname saltará 6,9%, para 31 milhões de sacos. Mais criticamente, os stocks finais para 2025/26 estão previstos para aumentar 4,9%, para 22,819 milhões de sacos, de 21,752 milhões de sacos no ano anterior—um desenvolvimento que continua a pressionar os preços do café à medida que os participantes do mercado assimilam a realidade de uma oferta global abundante à frente.
A fraqueza do real brasileiro, que atingiu uma mínima de 4,5 meses face ao dólar hoje, aumenta ainda mais a pressão sobre os preços do café, incentivando os produtores brasileiros a aumentar as vendas de exportação, agravando o excesso de oferta.
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Mercado de Café Preso Entre Fraqueza de Preços e Surpresas na Oferta
Futuros de café estão a experimentar uma pressão crescente devido a uma perspetiva de oferta inesperadamente robusta que está a remodelar as expectativas do mercado. O café arábica de março caiu 0,05 pontos (-0,01%), enquanto o café robusta de janeiro caiu 14 pontos (-0,37%), ambos os contratos atingindo os seus níveis mais baixos em quatro meses. Uma breve fraqueza do dólar proporcionou algum alívio ao mercado, embora os fundamentos subjacentes continuem decididamente baixistas para os preços do café.
Chuva no Brasil Alivia Preocupações com a Produção
O principal culpado pela fraqueza dos preços do café é uma melhoria na situação meteorológica no Brasil, o maior fornecedor mundial de café. Chuvas intensas em regiões produtoras de café já não são uma preocupação—na verdade, tornaram-se uma fonte de alívio. O estado de Minas Gerais, que produz a maioria da colheita de arábica do país, recebeu 79,8mm de chuva na semana que terminou em 12 de dezembro, representando 155% da média histórica. Os meteorologistas preveem chuvas intensas e persistentes para esta semana, resolvendo essencialmente as preocupações anteriores de seca.
Esta perspetiva benigno para a colheita do Brasil explica por que os preços do café têm caído acentuadamente nas últimas semanas. A agência de previsão de colheitas do Brasil, Conab, revisou a sua estimativa de produção para 2025 para cima em 2,4%, agora projetando 56,54 milhões de sacos em comparação com a previsão de setembro de 55,20 milhões de sacos. Tais atualizações normalmente pesam fortemente nos preços das commodities.
A História do Robusta: Abundância no Vietname
O café robusta, produzido principalmente no Vietname, enfrenta obstáculos de oferta separados. As exportações de café de novembro do Vietname aumentaram 39% em relação ao ano anterior, atingindo 88.000 toneladas métricas, enquanto as exportações acumuladas até novembro subiram 14,8% para 1,398 milhões de toneladas métricas. Olhando para o futuro, a produção de café de 2025/26 no Vietname está projetada para atingir 1,76 milhões de toneladas métricas (29,4 milhões de sacos), marcando um máximo de 4 anos e representando um crescimento de 6% em relação ao ano anterior.
A associação de café do Vietname indicou que a produção poderia ser ainda mais forte—potencialmente 10% superior ao ano agrícola anterior—se o clima permanecer favorável. Essa abundância de oferta de robusta continua a suprimir os preços do café, apesar de níveis de inventário mais apertados noutros lugares.
Sinais Mistos sobre as Ofertas Globais
Embora as ofertas regionais pareçam abundantes, alguns indicadores globais sugerem condições mais apertadas. Os exportadores de arábica relataram que os embarques de café verde do Brasil caíram 27% em relação ao ano anterior, para 3,3 milhões de sacos em novembro, proporcionando algum suporte aos preços. Além disso, os inventários de arábica monitorizados pela ICE diminuíram para um mínimo de 1,75 anos, de 398.645 sacos em 20 de novembro, embora tenham recuperado para 426.938 sacos até quarta-feira. Os inventários de robusta também atingiram um mínimo de 11,5 meses, de 4.012 lotes.
A Organização Internacional do Café relatou que as exportações globais de café para o atual ano de comercialização (Outubro-Setembro) diminuíram 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos, sinalizando que, apesar dos aumentos na produção, o impulso das exportações desacelerou.
O Fator Tarifário e a Demanda dos EUA
A demanda de café nos EUA conta uma história interessante. Os compradores americanos evitaram em grande medida o café brasileiro durante o período em que as tarifas da administração Trump estavam em vigor (Agosto a outubro), com as compras a cair 52% em relação ao ano anterior, para 983.970 sacos. Embora essas tarifas tenham sido posteriormente aliviadas, os inventários de café nos EUA permanecem notavelmente apertados, potencialmente apoiando uma futura recuperação dos preços se a procura se recuperar.
Previsões de Produção Futura Mantêm a Pressão
O Serviço de Agricultura Estrangeira do Departamento de Agricultura dos EUA projeta que a produção global de café de 2025/26 atingirá 178,68 milhões de sacos, um máximo histórico que representa um crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior. A produção de arábica deve diminuir 1,7%, para 97,022 milhões de sacos, mas a produção de robusta deverá aumentar 7,9%, para 81,658 milhões de sacos.
A produção do Brasil deve crescer 0,5%, para 65 milhões de sacos, enquanto a produção do Vietname saltará 6,9%, para 31 milhões de sacos. Mais criticamente, os stocks finais para 2025/26 estão previstos para aumentar 4,9%, para 22,819 milhões de sacos, de 21,752 milhões de sacos no ano anterior—um desenvolvimento que continua a pressionar os preços do café à medida que os participantes do mercado assimilam a realidade de uma oferta global abundante à frente.
A fraqueza do real brasileiro, que atingiu uma mínima de 4,5 meses face ao dólar hoje, aumenta ainda mais a pressão sobre os preços do café, incentivando os produtores brasileiros a aumentar as vendas de exportação, agravando o excesso de oferta.