Futuros de café acabaram de registrar uma forte subida hoje—arábica de março +6,45% (+1,75%) e robusta de janeiro a subir +20 (+0,47%). Mas isto não é aleatório. O movimento é impulsionado por um real aperto nas reservas globais de café, e se estiver a acompanhar o mercado de commodities, aqui está o que realmente importa.
O Choque de Oferta que Ninguém Esperava
O Brasil, que controla cerca de um terço da produção mundial de café, acabou de lançar uma bomba. A Cecafe reportou que as exportações de café verde de novembro caíram 27% em relação ao ano anterior, para apenas 3,3 milhões de sacos. Isso representa uma contração significativa. O que a está a impulsionar? A seca. Minas Gerais, a maior região produtora de arábica do Brasil, recebeu apenas 11mm de chuva na semana encerrada a 5 de dezembro—apenas 17% da média histórica, de acordo com a Somar Meteorologia.
A ironia: a agência de previsão de safra do Brasil, a Conab, na verdade aumentou a sua estimativa de produção para 2025 em 2,4%, para 56,54 milhões de sacos (aumentando de 55,20 milhões de setembro). Portanto, enquanto a produção parece sólida para o próximo ano, a escassez de exportação deste ano é real e imediata.
Vietname Aumenta a Oferta, Mas Não É Suficiente
O Vietname está a aliviar alguma pressão de oferta—as exportações de café de novembro subiram 39% em relação ao ano anterior, para 88.000 MT, com volumes de janeiro a novembro a subir 14,8%, para 1,398 milhões de MT. A produção do Vietname para 2025/26 está projetada para atingir 31 milhões de sacos (aumentando 6,9% y/y), um máximo de 4 anos. Mas aqui está o ponto: mesmo as maiores remessas de robusta do Vietname não são suficientes para compensar a desaceleração das exportações do Brasil e a procura global por café apertada.
O Panorama de Inventários Torna-se Mais Apertado
É aqui que os traders devem prestar atenção. Os estoques de arábica na ICE caíram para um mínimo de 1,75 anos, de 398.645 sacos a 20 de novembro (recuperaram-se ligeiramente para 426.523 sacos na última sexta-feira). Os estoques de robusta na ICE atingiram um mínimo de 11,5 meses, de 4.012 lotes hoje. Estoques baixos aumentam a volatilidade dos preços e reduzem a margem de manobra se as reservas se apertarem ainda mais.
O Fator Tarifário: Compras de Café nos EUA Colapsaram
Aqui está um fator surpresa de que ninguém fala o suficiente. Os compradores de café dos EUA reduziram as compras brasileiras durante o período de tarifas da administração Trump (ago-out) em 52% em relação ao ano anterior, para apenas 983.970 sacos. Essas tarifas foram posteriormente eliminadas, mas os estoques de café nos EUA permanecem baixos. Espere que a procura acumulada nos EUA eventualmente suporte os preços quando as compras forem retomadas.
E Quanto ao Fator Regulatório?
A regulamentação de desmatamento da UE (EUDR) deveria ficar mais restritiva em 2024, mas o Parlamento Europeu acabou de aprovar um atraso de 1 ano (anunciado a 26 de novembro). Isso mantém o fluxo de café, soja e cacau de regiões propensas ao desmatamento na África, Indonésia e América do Sul. O atraso, na verdade, aumenta a pressão de oferta, o que é baixista para os preços—mas é compensado pela escassez de exportação a curto prazo.
O Panorama Geral: As Exportações Globais de Café Estão na Verdade a Contrair-se
A Organização Internacional do Café reportou em novembro que as exportações globais de café para o ano de comercialização atual (out-dez) caíram 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos. Isso representa uma contração num mercado normalmente estável. Entretanto, o Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA projeta que a produção mundial de café para 2025/26 atingirá um recorde de 178,68 milhões de sacos (+2,5% y/y), mas isso mascara uma queda de -1,7% no arábica compensada por um crescimento de +7,9% no robusta.
Conclusão
Os preços do café estão a mover-se com base em restrições reais de oferta a curto prazo, mesmo que 2025/26 pareça excessivamente suprida. A pressão de exportação do Brasil, os estoques apertados e a procura moderada nos EUA criam suporte a curto prazo. A crescente produção de robusta no Vietname pode pressionar os preços mais tarde, mas essa é uma história para 2025/26. Por agora, os traders estão a precificar a escassez imediata.
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Por que os comerciantes de café estão de repente otimistas: a seca nas exportações do Brasil e a redução das reservas globais
Futuros de café acabaram de registrar uma forte subida hoje—arábica de março +6,45% (+1,75%) e robusta de janeiro a subir +20 (+0,47%). Mas isto não é aleatório. O movimento é impulsionado por um real aperto nas reservas globais de café, e se estiver a acompanhar o mercado de commodities, aqui está o que realmente importa.
O Choque de Oferta que Ninguém Esperava
O Brasil, que controla cerca de um terço da produção mundial de café, acabou de lançar uma bomba. A Cecafe reportou que as exportações de café verde de novembro caíram 27% em relação ao ano anterior, para apenas 3,3 milhões de sacos. Isso representa uma contração significativa. O que a está a impulsionar? A seca. Minas Gerais, a maior região produtora de arábica do Brasil, recebeu apenas 11mm de chuva na semana encerrada a 5 de dezembro—apenas 17% da média histórica, de acordo com a Somar Meteorologia.
A ironia: a agência de previsão de safra do Brasil, a Conab, na verdade aumentou a sua estimativa de produção para 2025 em 2,4%, para 56,54 milhões de sacos (aumentando de 55,20 milhões de setembro). Portanto, enquanto a produção parece sólida para o próximo ano, a escassez de exportação deste ano é real e imediata.
Vietname Aumenta a Oferta, Mas Não É Suficiente
O Vietname está a aliviar alguma pressão de oferta—as exportações de café de novembro subiram 39% em relação ao ano anterior, para 88.000 MT, com volumes de janeiro a novembro a subir 14,8%, para 1,398 milhões de MT. A produção do Vietname para 2025/26 está projetada para atingir 31 milhões de sacos (aumentando 6,9% y/y), um máximo de 4 anos. Mas aqui está o ponto: mesmo as maiores remessas de robusta do Vietname não são suficientes para compensar a desaceleração das exportações do Brasil e a procura global por café apertada.
O Panorama de Inventários Torna-se Mais Apertado
É aqui que os traders devem prestar atenção. Os estoques de arábica na ICE caíram para um mínimo de 1,75 anos, de 398.645 sacos a 20 de novembro (recuperaram-se ligeiramente para 426.523 sacos na última sexta-feira). Os estoques de robusta na ICE atingiram um mínimo de 11,5 meses, de 4.012 lotes hoje. Estoques baixos aumentam a volatilidade dos preços e reduzem a margem de manobra se as reservas se apertarem ainda mais.
O Fator Tarifário: Compras de Café nos EUA Colapsaram
Aqui está um fator surpresa de que ninguém fala o suficiente. Os compradores de café dos EUA reduziram as compras brasileiras durante o período de tarifas da administração Trump (ago-out) em 52% em relação ao ano anterior, para apenas 983.970 sacos. Essas tarifas foram posteriormente eliminadas, mas os estoques de café nos EUA permanecem baixos. Espere que a procura acumulada nos EUA eventualmente suporte os preços quando as compras forem retomadas.
E Quanto ao Fator Regulatório?
A regulamentação de desmatamento da UE (EUDR) deveria ficar mais restritiva em 2024, mas o Parlamento Europeu acabou de aprovar um atraso de 1 ano (anunciado a 26 de novembro). Isso mantém o fluxo de café, soja e cacau de regiões propensas ao desmatamento na África, Indonésia e América do Sul. O atraso, na verdade, aumenta a pressão de oferta, o que é baixista para os preços—mas é compensado pela escassez de exportação a curto prazo.
O Panorama Geral: As Exportações Globais de Café Estão na Verdade a Contrair-se
A Organização Internacional do Café reportou em novembro que as exportações globais de café para o ano de comercialização atual (out-dez) caíram 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos. Isso representa uma contração num mercado normalmente estável. Entretanto, o Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA projeta que a produção mundial de café para 2025/26 atingirá um recorde de 178,68 milhões de sacos (+2,5% y/y), mas isso mascara uma queda de -1,7% no arábica compensada por um crescimento de +7,9% no robusta.
Conclusão
Os preços do café estão a mover-se com base em restrições reais de oferta a curto prazo, mesmo que 2025/26 pareça excessivamente suprida. A pressão de exportação do Brasil, os estoques apertados e a procura moderada nos EUA criam suporte a curto prazo. A crescente produção de robusta no Vietname pode pressionar os preços mais tarde, mas essa é uma história para 2025/26. Por agora, os traders estão a precificar a escassez imediata.