A volatilidade dos preços do café em Nova Iorque continua a intensificar-se à medida que os contratos de futuros de arábica de dezembro (+1,14%) e de robusta de novembro (-1,85%) refletem uma clássica pressão de oferta e procura. Após atingir um máximo de 8,75 meses na última quinta-feira, os preços despencaram para um novo mínimo de 2 semanas antes de se recuperarem com cobertura de posições vendidas, sinalizando uma profunda incerteza no mercado.
A Crise de Oferta de que Ninguém Está a Falar
A seca no Brasil é o elefante na sala. Minas Gerais, que produz a maior parte do café arábica mundial, recebeu apenas 0,3mm de chuva durante a semana que terminou a 24 de outubro — meramente 1% do normal. A análise meteorológica da Bloomberg confirma que o estado capturou apenas 70% da precipitação média no último mês, ameaçando o período crítico de floração para a colheita do próximo ano.
No entanto, o Vietname está a inundar o mercado com o problema oposto: excesso de oferta. A produção de café do Vietname para 2025/26 está projetada em 1,76 MMT (29,4 milhões de sacos), um máximo de 4 anos e um aumento de 6% face ao ano anterior. As exportações de janeiro a setembro já subiram 10,9% para 1,230 MMT, sinalizando que a robusta do Vietname continua abundante apesar das pressões de preço.
Quando os Números de Inventário Gritam Sinais de Aviso
Os inventários de arábica na ICE caíram para um mínimo de 1,5 anos de 447.773 sacos na última sexta-feira, antes de aumentarem ligeiramente para 450.743 sacos na segunda-feira. Entretanto, os stocks de robusta atingiram um mínimo de 3 meses de 6.122 lotes. Estas não foram descidas naturais — os compradores americanos estão ativamente a evitar novos contratos de café brasileiro devido às tarifas de 50% dos EUA, forçando restrições de oferta a montante, uma vez que aproximadamente um terço do café não torrado dos EUA é originário do Brasil.
O Wildcard da Política Comercial
O Presidente Lula da Silva afirmou que a reunião com o Presidente Trump foi “surpreendentemente boa”, sugerindo uma possível “solução definitiva” para as tensões comerciais entre EUA e Brasil dentro de dias. Se a tarifa de 50% for levantada, espera-se uma inundação de embarques de café brasileiro adiados para o mercado dos EUA, o que poderia reconfigurar completamente a dinâmica dos preços do café em Nova Iorque.
O Panorama Geral: Mudanças na Produção Global
O USDA projeta que a produção mundial de café aumentará 2,5% para um recorde de 178,68 milhões de sacos em 2025/26, mas a composição importa: a produção de arábica cairá 1,7% para 97,022 milhões de sacos, enquanto a robusta crescerá 7,9% para 81,658 milhões de sacos. Esta mudança estrutural para uma robusta mais barata reflete o domínio do Vietname, mas não resolve a incerteza da colheita brasileira de 2026/27.
A NOAA aumentou a probabilidade de La Niña para 71% entre outubro e dezembro, o que pode intensificar a seca no Brasil e ameaçar a floração da próxima temporada. Entretanto, a Conab já reduziu a previsão de arábica do Brasil para 2025 em 4,9%, para 35,2 milhões de sacos, em setembro.
O mercado de café encontra-se num ponto de inflexão: fornecimentos apertados hoje colidem com um potencial excesso amanhã, enquanto o clima, tarifas e tensões geopolíticas reescrevem as regras diariamente.
Ver original
Esta página pode conter conteúdos de terceiros, que são fornecidos apenas para fins informativos (sem representações/garantias) e não devem ser considerados como uma aprovação dos seus pontos de vista pela Gate, nem como aconselhamento financeiro ou profissional. Consulte a Declaração de exoneração de responsabilidade para obter mais informações.
A crise do café no Brasil faz os preços de Nova Iorque ficarem voláteis em meio à luta pela oferta
A volatilidade dos preços do café em Nova Iorque continua a intensificar-se à medida que os contratos de futuros de arábica de dezembro (+1,14%) e de robusta de novembro (-1,85%) refletem uma clássica pressão de oferta e procura. Após atingir um máximo de 8,75 meses na última quinta-feira, os preços despencaram para um novo mínimo de 2 semanas antes de se recuperarem com cobertura de posições vendidas, sinalizando uma profunda incerteza no mercado.
A Crise de Oferta de que Ninguém Está a Falar
A seca no Brasil é o elefante na sala. Minas Gerais, que produz a maior parte do café arábica mundial, recebeu apenas 0,3mm de chuva durante a semana que terminou a 24 de outubro — meramente 1% do normal. A análise meteorológica da Bloomberg confirma que o estado capturou apenas 70% da precipitação média no último mês, ameaçando o período crítico de floração para a colheita do próximo ano.
No entanto, o Vietname está a inundar o mercado com o problema oposto: excesso de oferta. A produção de café do Vietname para 2025/26 está projetada em 1,76 MMT (29,4 milhões de sacos), um máximo de 4 anos e um aumento de 6% face ao ano anterior. As exportações de janeiro a setembro já subiram 10,9% para 1,230 MMT, sinalizando que a robusta do Vietname continua abundante apesar das pressões de preço.
Quando os Números de Inventário Gritam Sinais de Aviso
Os inventários de arábica na ICE caíram para um mínimo de 1,5 anos de 447.773 sacos na última sexta-feira, antes de aumentarem ligeiramente para 450.743 sacos na segunda-feira. Entretanto, os stocks de robusta atingiram um mínimo de 3 meses de 6.122 lotes. Estas não foram descidas naturais — os compradores americanos estão ativamente a evitar novos contratos de café brasileiro devido às tarifas de 50% dos EUA, forçando restrições de oferta a montante, uma vez que aproximadamente um terço do café não torrado dos EUA é originário do Brasil.
O Wildcard da Política Comercial
O Presidente Lula da Silva afirmou que a reunião com o Presidente Trump foi “surpreendentemente boa”, sugerindo uma possível “solução definitiva” para as tensões comerciais entre EUA e Brasil dentro de dias. Se a tarifa de 50% for levantada, espera-se uma inundação de embarques de café brasileiro adiados para o mercado dos EUA, o que poderia reconfigurar completamente a dinâmica dos preços do café em Nova Iorque.
O Panorama Geral: Mudanças na Produção Global
O USDA projeta que a produção mundial de café aumentará 2,5% para um recorde de 178,68 milhões de sacos em 2025/26, mas a composição importa: a produção de arábica cairá 1,7% para 97,022 milhões de sacos, enquanto a robusta crescerá 7,9% para 81,658 milhões de sacos. Esta mudança estrutural para uma robusta mais barata reflete o domínio do Vietname, mas não resolve a incerteza da colheita brasileira de 2026/27.
A NOAA aumentou a probabilidade de La Niña para 71% entre outubro e dezembro, o que pode intensificar a seca no Brasil e ameaçar a floração da próxima temporada. Entretanto, a Conab já reduziu a previsão de arábica do Brasil para 2025 em 4,9%, para 35,2 milhões de sacos, em setembro.
O mercado de café encontra-se num ponto de inflexão: fornecimentos apertados hoje colidem com um potencial excesso amanhã, enquanto o clima, tarifas e tensões geopolíticas reescrevem as regras diariamente.