Perturbações climáticas desencadeiam subida no mercado de café devido a preocupações com o abastecimento

Os mercados de café estão a experimentar uma subida de preços significativa impulsionada pelo aumento dos desafios climáticos que afetam as principais regiões produtoras. Os contratos futuros de café arábica de março subiram +4.55 (+1.21%), enquanto os contratos de robusta da ICE de janeiro aumentaram +105 (+2.36%), sinalizando uma preocupação crescente com a disponibilidade de oferta a curto prazo.

Choques Climáticos Remodelam a Dinâmica de Oferta

A produção de arábica no Brasil enfrenta uma pressão crescente devido às condições de seca. Minas Gerais, que representa a maior parte do cultivo de arábica brasileiro, recebeu apenas 26,4 mm de chuva durante a semana que terminou em 21 de novembro—apenas 49% das normas históricas, de acordo com a Somar Meteorologia. Este défice de humidade ameaça o desenvolvimento da colheita durante uma fase crítica de crescimento.

O setor de robusta do Vietname enfrenta um desafio climático diferente. Os meteorologistas preveem precipitação intensa na província de Dak Lak, o principal território de cultivo de café do país, o que ameaça adiar as operações de colheita e complicar a logística. Como o principal produtor mundial de robusta, os atrasos na produção do Vietname reverberam nas cadeias de abastecimento globais.

Compressão de Inventário Amplifica o Apoio aos Preços

As reduções de stock evidenciam o aperto do mercado. Os inventários de arábica da ICE caíram para um mínimo de 1,75 anos, atingindo 398.645 sacos na quinta-feira passada, refletindo uma disponibilidade reduzida apesar da crescente procura global. Os stocks de robusta caíram para um mínimo de 4,5 meses, de 5.134 lotes, indicando que os vendedores não estão dispostos a vender ao preço atual.

As políticas tarifárias dos EUA aceleraram esta compressão de inventário. Os compradores americanos de café reduziram significativamente os pedidos de fornecimentos brasileiros após as tarifas de importação, com as compras de café dos EUA do Brasil caindo 52% ano a ano (para 983.970 sacos) durante agosto a outubro de 2025. Esta contração é importante porque aproximadamente um terço do café não torrado dos EUA é originário do Brasil, tornando os impactos tarifários estruturalmente relevantes para o abastecimento interno.

Previsões de Produção Apresentam Imagens Contraditórias

A perspetiva do Brasil para 2026/27 apresenta uma narrativa mista. A StoneX projeta que a produção de café brasileira atingirá 70,7 milhões de sacos no próximo ano de comercialização—um aumento de +29% face ao ano anterior, incluindo 47,2 milhões de sacos de arábica. No entanto, esta previsão otimista de produção compete com a atual escassez de oferta, sugerindo que a volatilidade dos preços pode persistir durante a transição da colheita.

Por outro lado, a trajetória de produção do Vietname apoia ganhos sustentados de oferta. O Escritório Nacional de Estatísticas do Vietname reportou que as exportações de café de janeiro a outubro de 2025 aumentaram +13,4% face ao ano anterior, atingindo 1,31 milhões de toneladas métricas. A produção está projetada para subir 6% anualmente, atingindo 1,76 milhões de toneladas métricas (29,4 milhões de sacos), marcando um máximo de 4 anos. A Associação de Café e Cacau do Vietname indicou que a produção poderia aumentar mais 10% se o clima favorável prevalecer.

Contexto Geral do Mercado

As exportações globais de café até novembro de 2025 mostraram uma fraqueza modesta, de acordo com a Organização Internacional do Café, caindo 0,3% face ao ano anterior para 138,658 milhões de sacos para o ano de comercialização atual. O Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA prevê que a produção mundial de 2025/26 aumentará +2,5%, atingindo um recorde de 178,68 milhões de sacos, com a produção de arábica a diminuir 1,7% enquanto as ofertas de robusta expandem 7,9%.

A interação entre as perturbações de oferta a curto prazo causadas por condições climáticas adversas e as recuperações de produção a longo prazo cria um cenário de mercado complexo. A pressão de inventário a curto prazo e os atrasos na colheita sustentam preços elevados, enquanto o crescimento da produção a médio prazo sugere uma potencial normalização assim que o clima estabilizar e as novas colheitas entrarem nas cadeias de distribuição.

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