## Quando o dinheiro aumenta, mas os preços dos bens diminuem? O que é a deflação e como investir
### Deflação—um problema que não deve ser ignorado
**Deflação** é a situação oposta à inflação. Durante uma boa fase econômica, preocupamo-nos com a perda de valor do dinheiro, mas quando há deflação, enfrentamos um problema diferente—os preços de bens e serviços caem continuamente, o poder de compra do nosso dinheiro aumenta. Parece bom, não é? Mas a realidade é muito mais complexa.
Quando ocorre **deflação**, o nível geral de preços de bens e serviços ajusta-se para baixo, não apenas alguns itens, mas de forma generalizada. O valor do dinheiro aumenta, fazendo parecer que temos mais poder de compra. Como se 100 reais hoje pudessem comprar o que 110-120 reais compravam antes.
### Quando a economia entra em crise?
Quando o PIB cai por dois trimestres consecutivos, os principais indicadores começam a sinalizar perigo. Durante a crise do COVID-19, a Tailândia viu sua economia ficar cinza. O índice de preços ao consumidor (Headline CPI) caiu -2,99% (YoY) em abril, a maior contração em 10 anos e 9 meses, devido às restrições às atividades econômicas, à redução na demanda por bens e à queda contínua nos preços do petróleo.
Nos EUA, a história registra a "Terça-feira Negra" de 1929, quando o mercado de ações quebrou severamente. Entre 1929 e 1932, o PIB global encolheu 15%, levando muitos ao desemprego. A taxa de desemprego nos EUA atingiu 23%, alguns países chegaram a 33%. Os preços agrícolas despencaram 60%, foi uma verdadeira catástrofe.
### De onde surge a deflação?
Diversos fatores contribuem: quantidade de dinheiro, demanda, eficiência da produção e políticas governamentais mal conduzidas.
**Demanda:** as pessoas compram menos, seja por aumento da dívida familiar, redução de renda líquida, desemprego ou simplesmente por poupar mais. Assim que a demanda cai, os empresários pensam: se abrir a fábrica na capacidade máxima, não venderão tudo. Estoques acumulam-se, os preços baixam.
**Oferta:** avanços tecnológicos, maior eficiência na produção, custos menores fazem os preços dos produtos naturalmente cair.
**Sistema monetário:** bancos centrais reduzem a quantidade de dinheiro, o crédito fica mais restrito, a circulação de dinheiro na economia diminui, e há escassez de liquidez.
**Políticas equivocadas:** aumento excessivo das taxas de juros, impostos elevados, bancos que oferecem poucos créditos.
### Quem sofre? Quem se beneficia?
Aqui, o jogo é de soma zero. Quem tem salário fixo ou é credor tem vantagem—pois o valor do dinheiro aumenta. Quando se ajusta o salário, eles podem ganhar mais em termos reais.
Por outro lado, comerciantes, pequenos empresários, acionistas comuns e devedores—todos estão na linha de fogo. Os negócios têm receitas menores, lucros desaparecem. Quem tomou empréstimos para investir durante o boom? Agora, o principal permanece o mesmo, mas a renda não chega.
### O ciclo descendente—um ciclo difícil de interromper
Este é o maior problema: as pessoas pensam: "Os preços vão cair ainda mais, melhor guardar dinheiro." Assim, deixam de comprar. Os empresários percebem a demanda encolher, demitem ou reduzem salários. O desemprego aumenta, o poder de compra diminui ainda mais. Para atrair compradores, os negócios precisam baixar preços, criando um ciclo vicioso sem fim.
O impacto se conecta—a economia incha, o emprego cai, hotéis ficam vazios, lojas fecham, negócios secundários desaparecem.
### Como investir durante a deflação?
Aqui está a oportunidade. Apesar de a deflação ocorrer várias vezes, ela traz riscos altos, mas também potencial de retorno se escolhermos bem.
**1. Títulos de dívida** – Os bancos centrais podem reduzir as taxas de juros, fazendo com que os títulos existentes valorizem-se. Investir em bonds de alta credibilidade oferece retornos consistentes e maior segurança.
**2. Ações sólidas** – O mercado de ações como um todo cai, mas empresas essenciais e lucrativas permanecem fortes. Opte por ações de alimentos, utilidades públicas, bens de consumo diário, que têm tendência de se manter bem fundamentadas, com análises de mercado que indicam potencial de lucro, evitando apostas arriscadas.
**3. Imóveis** – Os preços caem, muitos precisam vender com urgência. Quem tem reserva de dinheiro pode comprar a preços baixos. Quando a economia se recuperar, os preços tendem a subir novamente. Mas é importante escolher boas localizações e planejar, não investir de forma aleatória.
**4. Ouro** – Um ativo cujo valor intrínseco não muda. Quando os preços caem, comprar na baixa e vender na recuperação gera lucros. Além disso, ajuda na diversificação de riscos de investimento.
**5. Dinheiro em espécie** – Não se esqueça: durante a deflação, o valor do dinheiro aumenta. Guardar dinheiro ou colocar ordens limitadas para comprar ativos quando os preços estiverem baixos é uma estratégia inteligente. Não tenha medo de perder oportunidades, pois muitos ativos ficarão mais baratos.
### Como o governo pode agir?
O Banco Central pode reduzir as taxas de juros, diminuir requisitos de reserva, aumentar a liquidez, facilitando os empréstimos às empresas e ao governo, criando empregos.
O governo pode ampliar o orçamento, gastar mais, reduzir impostos, aumentar o poder de compra da população, estimulando a demanda. Pode também diminuir tarifas de água e energia para aliviar custos, além de incentivar investimentos públicos e privados, gerando empregos e demanda.
Comprar ativos e títulos de dívida privada, injetando dinheiro na economia.
Liberar recursos para circular de forma mais livre na economia.
### O que não se ensina na escola
A deflação não é algo distante ou abstrato. Como trabalhadores assalariados, pequenos empregados, devemos nos preparar. Quando ela acontecer, os salários podem ficar defasados, os preços de imóveis podem cair, os lucros podem diminuir, e alguns podem perder o emprego.
Por isso, além de simplesmente fugir do problema, temos alternativas: planejar finanças de forma sólida, criar reservas, aprender sobre crédito, investir na economia real, não depender apenas do salário. Investir em negócios ou bens valiosos. Quando o mercado cair, podemos agir de outras formas.
A economia oscila, quem se prepara e planeja está mais seguro do que quem fica esperando passivamente.
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## Quando o dinheiro aumenta, mas os preços dos bens diminuem? O que é a deflação e como investir
### Deflação—um problema que não deve ser ignorado
**Deflação** é a situação oposta à inflação. Durante uma boa fase econômica, preocupamo-nos com a perda de valor do dinheiro, mas quando há deflação, enfrentamos um problema diferente—os preços de bens e serviços caem continuamente, o poder de compra do nosso dinheiro aumenta. Parece bom, não é? Mas a realidade é muito mais complexa.
Quando ocorre **deflação**, o nível geral de preços de bens e serviços ajusta-se para baixo, não apenas alguns itens, mas de forma generalizada. O valor do dinheiro aumenta, fazendo parecer que temos mais poder de compra. Como se 100 reais hoje pudessem comprar o que 110-120 reais compravam antes.
### Quando a economia entra em crise?
Quando o PIB cai por dois trimestres consecutivos, os principais indicadores começam a sinalizar perigo. Durante a crise do COVID-19, a Tailândia viu sua economia ficar cinza. O índice de preços ao consumidor (Headline CPI) caiu -2,99% (YoY) em abril, a maior contração em 10 anos e 9 meses, devido às restrições às atividades econômicas, à redução na demanda por bens e à queda contínua nos preços do petróleo.
Nos EUA, a história registra a "Terça-feira Negra" de 1929, quando o mercado de ações quebrou severamente. Entre 1929 e 1932, o PIB global encolheu 15%, levando muitos ao desemprego. A taxa de desemprego nos EUA atingiu 23%, alguns países chegaram a 33%. Os preços agrícolas despencaram 60%, foi uma verdadeira catástrofe.
### De onde surge a deflação?
Diversos fatores contribuem: quantidade de dinheiro, demanda, eficiência da produção e políticas governamentais mal conduzidas.
**Demanda:** as pessoas compram menos, seja por aumento da dívida familiar, redução de renda líquida, desemprego ou simplesmente por poupar mais. Assim que a demanda cai, os empresários pensam: se abrir a fábrica na capacidade máxima, não venderão tudo. Estoques acumulam-se, os preços baixam.
**Oferta:** avanços tecnológicos, maior eficiência na produção, custos menores fazem os preços dos produtos naturalmente cair.
**Sistema monetário:** bancos centrais reduzem a quantidade de dinheiro, o crédito fica mais restrito, a circulação de dinheiro na economia diminui, e há escassez de liquidez.
**Políticas equivocadas:** aumento excessivo das taxas de juros, impostos elevados, bancos que oferecem poucos créditos.
### Quem sofre? Quem se beneficia?
Aqui, o jogo é de soma zero. Quem tem salário fixo ou é credor tem vantagem—pois o valor do dinheiro aumenta. Quando se ajusta o salário, eles podem ganhar mais em termos reais.
Por outro lado, comerciantes, pequenos empresários, acionistas comuns e devedores—todos estão na linha de fogo. Os negócios têm receitas menores, lucros desaparecem. Quem tomou empréstimos para investir durante o boom? Agora, o principal permanece o mesmo, mas a renda não chega.
### O ciclo descendente—um ciclo difícil de interromper
Este é o maior problema: as pessoas pensam: "Os preços vão cair ainda mais, melhor guardar dinheiro." Assim, deixam de comprar. Os empresários percebem a demanda encolher, demitem ou reduzem salários. O desemprego aumenta, o poder de compra diminui ainda mais. Para atrair compradores, os negócios precisam baixar preços, criando um ciclo vicioso sem fim.
O impacto se conecta—a economia incha, o emprego cai, hotéis ficam vazios, lojas fecham, negócios secundários desaparecem.
### Como investir durante a deflação?
Aqui está a oportunidade. Apesar de a deflação ocorrer várias vezes, ela traz riscos altos, mas também potencial de retorno se escolhermos bem.
**1. Títulos de dívida** – Os bancos centrais podem reduzir as taxas de juros, fazendo com que os títulos existentes valorizem-se. Investir em bonds de alta credibilidade oferece retornos consistentes e maior segurança.
**2. Ações sólidas** – O mercado de ações como um todo cai, mas empresas essenciais e lucrativas permanecem fortes. Opte por ações de alimentos, utilidades públicas, bens de consumo diário, que têm tendência de se manter bem fundamentadas, com análises de mercado que indicam potencial de lucro, evitando apostas arriscadas.
**3. Imóveis** – Os preços caem, muitos precisam vender com urgência. Quem tem reserva de dinheiro pode comprar a preços baixos. Quando a economia se recuperar, os preços tendem a subir novamente. Mas é importante escolher boas localizações e planejar, não investir de forma aleatória.
**4. Ouro** – Um ativo cujo valor intrínseco não muda. Quando os preços caem, comprar na baixa e vender na recuperação gera lucros. Além disso, ajuda na diversificação de riscos de investimento.
**5. Dinheiro em espécie** – Não se esqueça: durante a deflação, o valor do dinheiro aumenta. Guardar dinheiro ou colocar ordens limitadas para comprar ativos quando os preços estiverem baixos é uma estratégia inteligente. Não tenha medo de perder oportunidades, pois muitos ativos ficarão mais baratos.
### Como o governo pode agir?
O Banco Central pode reduzir as taxas de juros, diminuir requisitos de reserva, aumentar a liquidez, facilitando os empréstimos às empresas e ao governo, criando empregos.
O governo pode ampliar o orçamento, gastar mais, reduzir impostos, aumentar o poder de compra da população, estimulando a demanda. Pode também diminuir tarifas de água e energia para aliviar custos, além de incentivar investimentos públicos e privados, gerando empregos e demanda.
Comprar ativos e títulos de dívida privada, injetando dinheiro na economia.
Liberar recursos para circular de forma mais livre na economia.
### O que não se ensina na escola
A deflação não é algo distante ou abstrato. Como trabalhadores assalariados, pequenos empregados, devemos nos preparar. Quando ela acontecer, os salários podem ficar defasados, os preços de imóveis podem cair, os lucros podem diminuir, e alguns podem perder o emprego.
Por isso, além de simplesmente fugir do problema, temos alternativas: planejar finanças de forma sólida, criar reservas, aprender sobre crédito, investir na economia real, não depender apenas do salário. Investir em negócios ou bens valiosos. Quando o mercado cair, podemos agir de outras formas.
A economia oscila, quem se prepara e planeja está mais seguro do que quem fica esperando passivamente.