Ciclo das velas de ouro decodificado|Aumento de 120 vezes em 50 anos, será que nos próximos dez anos ainda podemos lucrar com isso?

A regra das “quatro ondas de subida” do preço do ouro

Ao abrir o gráfico de velas do ouro dos últimos 50 anos, surge uma regra clara diante dos olhos — cada mercado de alta é acompanhado por crises geopolíticas ou econômicas.

Primeira onda (1970-1975): fuga desencadeada pelo desligamento do dólar

Em 1971, o presidente dos EUA, Nixon, anunciou o desligamento do dólar do padrão ouro, levando ao colapso oficial do sistema de Bretton Woods. A partir daquele momento, o antigo “título de troca de ouro” — o dólar — perdeu sua credibilidade. O mercado entrou em pânico, e o ouro disparou de 35 dólares por onça para 183 dólares, um aumento de mais de 400%.

A lógica do público era simples: se o dólar não pode mais ser trocado por ouro, então é melhor possuir ouro diretamente. Depois, a crise do petróleo agravou ainda mais a situação, com os EUA emitindo mais moeda para comprar petróleo, elevando ainda mais o preço do ouro. Mas essa subida acabou por se dissipar — as pessoas perceberam que o dólar ainda tinha utilidade.

Segunda onda (1976-1980): aumento rápido impulsionado por turbulências no Oriente Médio

A segunda crise do petróleo, o sequestro de reféns no Irã, a invasão soviética do Afeganistão — esses eventos geopolíticos black swan aconteceram um após o outro. O ouro subiu de 104 dólares para 850 dólares, um aumento de mais de 700%, em apenas 3 anos.

Dessa vez, a especulação foi intensa demais. Após a resolução da crise e a dissolução da União Soviética, o preço do ouro caiu abruptamente. Nos 20 anos seguintes, ele oscilou entre 200 e 300 dólares, e quem comprou ouro nesse período praticamente não lucrou. Essa lição é importante: alguns ativos têm ciclos, nem sempre é o momento certo para investir.

Terceira onda (2001-2011): tempestade perfeita de guerra e crise financeira

O 11 de setembro gerou pânico global, e os EUA iniciaram uma guerra contra o terrorismo que durou uma década. Os altos gastos militares forçaram o governo a reduzir taxas de juros e emitir dívida, elevando os preços das casas, até que, por fim, a alta de juros desencadeou a crise financeira de 2008.

Para salvar o mercado, o Federal Reserve iniciou o QE, imprimindo dinheiro em alta velocidade. O ouro disparou de 260 dólares para 1921 dólares, um aumento de mais de 700%, e essa fase durou exatamente 10 anos. No auge da crise da dívida europeia em 2011, o ouro atingiu seu pico. Depois, com intervenções da UE e do Banco Mundial, o preço do ouro voltou a se estabilizar, ficando ao redor de 1000 dólares.

Quarta onda (2015 até hoje): múltiplas crises acumuladas atingem novo pico

Com a era das taxas de juros negativas, Japão e Europa implementaram políticas de juros negativos. A onda de desdolarização global começou. Em 2020, os EUA voltaram a fazer QE desenfreadamente. Em 2022, a guerra Rússia-Ucrânia explodiu, e em 2023, o conflito entre Israel e Palestina, além da crise no Mar Vermelho.

Cada crise investiu uma quantia no ouro. Em 2024, o preço do ouro saiu de menos de 2800 dólares no início do ano e, em outubro, ultrapassou 4300 dólares. Para o começo de 2025, a situação no Oriente Médio continua a se intensificar, a guerra comercial é esperada, o dólar continua a enfraquecer, e o ouro atinge novas máximas históricas.

Quão impressionantes são os números desses 50 anos?

Em 1971, o ouro custava 35 dólares por onça. Em início de 2025, já ultrapassou 3700 dólares, chegando a tocar 4300 dólares recentemente. De 1971 até agora, o ouro valorizou mais de 120 vezes.

Para comparação: o índice Dow Jones subiu de 900 pontos para cerca de 46.000 pontos, um aumento de aproximadamente 51 vezes. É importante saber que esse é o índice de ações mais desenvolvido dos EUA, e mesmo assim, o ouro o superou.

O ouro é adequado para manter a longo prazo? Com essa comparação, você entenderá

Ouro vs Ações vs Títulos

As estratégias de lucro desses três ativos são completamente diferentes:

  • Ouro: lucro vem da diferença de preço, sem juros, dependendo do timing de entrada e saída
  • Títulos: lucro vem de cupom, requer aumento contínuo do valor investido, e análise de políticas do banco central
  • Ações: lucro vem do crescimento das empresas, requer escolher boas empresas para manter por longo prazo

Na dificuldade de investir: títulos são os mais fáceis, ouro vem em segundo, ações são as mais difíceis.

Na rentabilidade dos últimos 50 anos: ouro lidera. Nos últimos 30 anos: ações são até melhores.

Porém, há um problema fatal: entre 1980 e 2000, o ouro ficou entre 200 e 300 dólares por 20 anos. Se você comprou ouro nesse período, praticamente não ganhou nada. Quantos anos de uma vida de 50 anos você pode esperar para esperar?

A verdade sobre o ouro

O aumento do ouro nunca é estável. Ele passa por ciclos de “longos períodos de oscilações, grandes ondas de alta, rápidas correções, consolidação, e recomeço de alta” — esse ciclo se repete.

Mas uma regra permanece: cada fim de ciclo de alta é seguido por uma correção que vai elevando o ponto mais baixo ao longo do tempo. Isso acontece porque o ouro é um recurso natural, e os custos e dificuldades de extração aumentam com o tempo. Portanto, mesmo com quedas acentuadas, ele nunca chega a valer zero.

A melhor estratégia para velas de ouro: “Durante crescimento econômico, invista em ações; durante recessão, aposte no ouro”

Quando a economia está forte, as empresas lucram mais, atraindo capital para ações; o ouro, sem rendimento, fica de lado. Quando a economia vai mal, as ações perdem valor, e o ouro e os títulos se tornam refúgios seguros.

A estratégia mais segura é manter uma proporção de ações, títulos e ouro na carteira. Assim, quando ocorrerem eventos políticos ou econômicos inesperados (como guerra, inflação ou aumento de juros), você não será pego de surpresa por uma única classe de ativos.

Como investir em ouro? Cinco principais canais comparados

1. Ouro físico

Compra direta de barras de ouro. Vantagem: privacidade, pode usar como acessório. Desvantagem: pouco prático para negociar, custos de armazenamento elevados.

2. Certificado de depósito de ouro

Certificado bancário que registra sua quantidade de ouro. Fácil de transportar, mas o banco não paga juros, e a diferença entre compra e venda é grande, sendo mais adequado para manter a longo prazo.

3. Fundos de ouro (ETF de ouro)

Ao comprar, você recebe cotas do fundo, representando uma quantidade de ouro em onças. Liquidez muito maior que o certificado, negociação fácil. Desvantagem: as taxas de gestão reduzem o valor líquido ao longo do tempo, especialmente se o preço do ouro não oscilar.

4. Derivativos de ouro (futuros/CFD)

Opção preferida para traders de curto prazo. Futuros e contratos de diferença de ouro usam margem, com custos baixos, suportam operações de compra e venda, e alavancagem potencializa os ganhos.

CFD é especialmente flexível, com alta eficiência de capital, e mecanismo T+0 permite entrar e sair a qualquer momento, com depósito mínimo de poucos dólares, ideal para investidores pequenos. Com gráficos de velas, calendário econômico, alertas de preços em tempo real, ordens de limite e stop, você consegue acompanhar cada movimento do ouro com precisão.

5. Ações de mineração de ouro

Investir em ações de empresas de mineração de ouro, com lucros tanto do aumento do preço do ouro quanto do desempenho operacional. Risco e retorno maiores do que investir apenas em ouro.

Ainda vale a pena acompanhar o mercado de ouro agora?

Veja o desempenho de 2024 até o começo de 2025: no início do ano, 2690 dólares; em outubro, ultrapassou 4200 dólares, um aumento de mais de 56%.

Fatores que impulsionaram essa subida: incerteza na política econômica dos EUA, bancos centrais globais aumentando reservas de ouro, escalada de conflitos no Oriente Médio, agravamento da situação Rússia-Ucrânia, expectativas de guerra comercial, enfraquecimento do dólar.

Todos esses são riscos sistêmicos, não especulação de curto prazo. Ou seja, o suporte do preço do ouro atualmente é bastante forte.

Mas o ritmo é importante. Observando o gráfico de velas, percebe-se que, após cada subida rápida, há uma correção rápida. Quem tenta comprar no fundo pode perder dinheiro, e quem compra no topo também corre risco de ficar preso. A estratégia mais inteligente é:

  • Conhecer os ciclos do ouro e saber quando podem ocorrer mudanças
  • Se for manter uma visão de longo prazo, fazer compras parceladas ao invés de uma única posição
  • Para operações de curto prazo, comprar em suportes importantes e vender em resistências
  • De qualquer forma, o ouro deve representar apenas uma parte da carteira, não coloque todos os ovos na mesma cesta

Resumindo: o ouro é um bom investimento, mas é mais adequado para operações de swing trading durante fases de alta, e não para manter por longo prazo. O mercado muda rapidamente, e entender os ciclos das velas de ouro pode fazer sua rentabilidade superar a dos títulos e até igualar a das ações.

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