O líder da maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, Larry Fink, lançou recentemente uma opinião de peso na The Economist — a tokenização poderá tornar-se, nas próximas décadas, uma onda tecnológica ainda mais disruptiva do que a própria Internet.

Quando estas palavras vêm de alguém que gere 9 biliões de dólares em ativos, o peso é outro. As instituições financeiras tradicionais estão silenciosamente a avançar com uma verdadeira "revolução de demolição de muros".

Afinal, o que é a tokenização? Por exemplo: um imóvel comercial avaliado em mil milhões de euros, até agora só acessível a instituições e super-ricos. Agora, através da tecnologia blockchain, pode ser fracionado em 100 mil tokens, permitindo que pessoas comuns, com apenas alguns milhares de euros, detenham uma pequena parte da propriedade e partilhem, na devida proporção, os rendimentos do arrendamento. Imóveis, infraestruturas, obras de arte... estes “ativos reais” de liquidez tradicionalmente muito baixa estão a ser redefinidos.

Qual é o potencial deste modelo? A estabilidade dos ativos físicos, aliada à liquidez e transparência das transações em blockchain, equivale a equipar o mercado de investimento tradicional com um turbo.

Recordando o início da Internet, antes de a Amazon ou a Tencent se tornarem gigantes, quantos perderam a oportunidade de entrar? A tokenização está agora precisamente nesta fase de alvorada. A BlackRock já demonstrou o seu compromisso — o fundo tokenizado BUIDL que lançaram este ano é um produto experimental nesta direção.

Quando as grandes instituições começam a investir seriamente, talvez esteja na altura de reavaliar o setor dos RWA( ativos do mundo real). Não se trata de seguir cegamente a tendência, mas sim de reconhecer que este é um movimento que merece atenção contínua.