O BTC está outra vez a replicar a tendência de 2021? Poupa-me, nem os “atores” são os mesmos desta vez.

Sempre que vejo alguém vir com termos como “duplo topo” ou “reversão” para vender sonhos, já sei que há quem esteja a tentar encontrar um novo mundo com mapas antigos. Achas mesmo que o mercado é ingénuo ao ponto de te dar uma repetição do guião original?

Sempre que aparece no gráfico aquele padrão de “isto soa-me familiar”, a única coisa garantida é: vai haver uma nova vaga de pessoas a tomar decisões com base em memórias passadas. E esse reflexo condicionado é precisamente a altura perfeita para uma nova ronda de “ceifeiros” arrancar lucros.

Ainda mais perigoso é aquele tipo de previsão “vai até aos 100 mil e depois desce”. Palavras assim são como veneno disfarçado de mel, fazem-te acreditar que vais conseguir acertar o topo e escapar a tempo. Se acreditares mesmo nisso, o mais provável é que fiques a aguardar estoicamente pela “próxima queda”, acabando por ser expulso a meio caminho ou a ficar plantado no topo até ao fim dos tempos.

No fundo, é a versão moderna de “gravar a marca no barco para encontrar a espada” (marcar o sítio no barco quando a espada cai ao rio, ignorando que o barco se move). O barco de 2021 (o contexto de mercado) já vai a meio do Pacífico, a espada no rio (as fichas dos grandes jogadores) já foi toda recuperada. Agora está uma multidão a olhar para o mesmo nível da água (o padrão do gráfico) e a atirar-se à água à procura da espada. Espada? Não existe, só piranhas no casco do barco (novos tubarões do mercado) à espera. Aquela tua análise técnica pode muito bem ser o isco feito à tua medida.

Lembra-te disto: quando todo o mercado acredita cegamente num “roteiro histórico garantido a 100%”, o desfecho desse roteiro está condenado a mudar.

O BTC, ETH ou BNB nunca vão seguir o que aprendeste nos livros. A única regra do mercado é contrariar todas as certezas.