A Reserva Federal dos EUA finalmente carregou no travão do aperto quantitativo, e isso causou bastante agitação no sector. Nos últimos dois anos e tal, o maior banco central do mundo funcionou como uma “máquina de recolha” incansável, retirando dólares do mercado e esgotando a liquidez até ao tutano. E o mercado cripto? Nesse ambiente, ficou ainda mais pressionado, quase sem conseguir respirar.

Agora que a política mudou, já podemos preparar a festa? Calma. Parar de apertar e começar realmente a injetar liquidez são coisas bem diferentes. O estado atual é, no máximo, “já não se está a sangrar o mercado”, mas para a circulação do sangue voltar ao normal? Isso vai levar tempo. E qual é o maior problema nesta fase? Expectativas confusas. Uns acham que a maré vai virar e começam a entrar cedo, outros acham que é cedo e continuam à espera. A luta entre touros e ursos vai ser feroz. O mercado pode oscilar fortemente, até com aquele movimento de “liquidificadora”, em que nem quem compra nos topos nem quem apanha nas quedas se safa. Nesta fase, entrar às cegas não é sensato – é preciso manter a calma.

Mas, por outro lado, isto também é um sinal: as regras do jogo estão a mudar e o ponto de viragem do ciclo já começou a aparecer, discretamente. O Ethereum é o exemplo típico. Parece um motor com bom desempenho, mas que esteve demasiado tempo sem combustível – assim que a liquidez começar a regressar, a atividade em todo o ecossistema vai disparar. Os sectores que andam a acumular força – soluções Layer2 de escalabilidade, inovação em protocolos DeFi, novas abordagens de Restaking – são como trunfos guardados na manga, e agora pode ser a altura de serem jogados de novo. Assim que o capital começar a circular, o valor destes sectores vai emergir gradualmente.

Resumindo: agora coexistem oportunidades e armadilhas. A mudança de política traz de facto margem para o mercado sonhar, mas o risco de volatilidade a curto prazo não pode ser ignorado. O que é mais necessário nesta altura? Julgamento frio – não se deixe levar pelas emoções. Mais vale agir com precisão do que avançar às cegas.