A Federal Reserve corta nas taxas de juro, mas esconde uma crise fatal! Trump controla a independência, a credibilidade do dólar está a entrar em colapso a contagem decrescente

O Federal Reserve reduziu as taxas de juro em 25 pontos base em dezembro, e a «postura hawkish» prevista pelo mercado não se manifestou. Powell reviu as perspetivas de inflação para baixo e anunciou que, a partir deste mês, começaria a comprar 400 mil milhões de dólares em títulos do governo de curto prazo. Contudo, o «grande falcão» Michael Burry alertou que, se Trump decidir reforçar o controlo sobre o Fed, esta instituição poderá «estar a caminho do fim», colocando em risco a sua independência, o que poderá desencadear uma crise de crédito do dólar e tumultos nos mercados de ativos.

Três sinais inesperadamente dovish e a interpretação do mercado

Em dezembro, o Federal Reserve cortou as taxas em 25 pontos base como esperado, mas a reação foi rápida: ações, ouro e títulos do Tesouro americano reverteram rapidamente a queda, devido ao facto de o mercado não ter assistido à postura hawkish anteriormente prevista. Antes da decisão, o mercado já tinha consolidado a expectativa de que uma redução de 25 pontos base era quase certa, e que o Fed provavelmente continuaria a enfatizar a necessidade de cautela futura, evitando apostar cedo numa política de afrouxamento. O mercado de capitais também antecipou esta expectativa, com o índice do dólar a estabilizar-se em níveis relativamente fortes, o ouro a oscilar nos níveis elevados, e as ações a subir com moderação, enquanto os títulos do Tesouro continuaram a cair.

No entanto, as declarações de Powell mostraram-se surpreendentemente dovish. Ele reviu para baixo as perspetivas de inflação, indicando que o aumento dos preços deverá recuar na segunda metade do próximo ano. Mais importante ainda, o Fed anunciou que, a partir deste mês, irá expandir o seu balanço, comprando 400 mil milhões de dólares em títulos do governo de curto prazo, o que na prática significa uma maior flexibilização das condições financeiras. No geral, esta reunião foi um pouco acima das expectativas do mercado, e muitos ativos recuperaram as perdas anteriores.

Porém, ao final do dia, o foco no mercado mudou da política do Fed para os riscos políticos. Trump, após a reunião, sugeriu que o corte de juros poderia ser duplicado, o que foi interpretado pelo mercado como uma interferência do Casa Branca na política do Fed, limitando assim o impulso de subida das ações e do ouro na fase final de negociação. Essa reversão revela uma preocupação mais profunda: que os benefícios de curto prazo das políticas atuais não possam esconder uma crise de independência a longo prazo.

O efeito do «presidente sombra» de Hasset já está a fermentar

Em 25 de novembro, o Secretário do Tesouro dos EUA, Berset, afirmou que é bastante provável que Trump anuncie o nome do novo presidente do Fed antes de 25 de dezembro. Trump também declarou na Casa Branca que a lista de candidatos já foi reduzida a um único nome. O mercado prevê que esse «principal candidato» seja Kevin Hasset, diretor do Conselho Económico Nacional da Casa Branca. Hasset é visto como um típico «falcão» pelo mercado; uma vez que o seu estatuto de «futuro presidente» seja confirmado, o mercado tende a não esperar pelo afastamento de Powell, mas a valorizar mais as declarações e atitudes de Hasset.

De certa forma, Hasset tornou-se um «presidente sombra». Antes da reunião do Fed, ele afirmou que o banco central ainda pode precisar de tomar mais medidas de redução de taxas, podendo cortar 50 pontos base ou mais, o que já causou grande volatilidade nos mercados. Esta coexistência de «dois presidentes» é extremamente rara e muito arriscada. Quando o mercado não sabe quem ouvir, a incerteza aumenta, e os preços dos ativos podem distorcer-se.

Em 2 de dezembro, Michael Burry, conhecido como «grande falcão», afirmou num podcast que o trabalho do Fed é na verdade «a coisa mais simples do mundo», e alertou que, se Trump decidir reforçar o controlo sobre o banco, este «poderá estar a caminho do fim». Ao mesmo tempo, alguns meios de comunicação e analistas consideram que a ascensão de Hasset testa os limites da independência do Fed; e outros alertam que, se o Fed passar a seguir a vontade da Casa Branca, a credibilidade do dólar poderá ser colocada em risco.

As três consequências catastróficas da crise na independência do Fed

Colapso da credibilidade do dólar: Investidores globais deixam de acreditar que o Fed tomará «medidas corretas, embora impopulares», abalando a posição do dólar enquanto reserva mundial.

Risco de inflação descontrolada: Políticas monetárias politizadas tendem a favorecer o afrouxamento de curto prazo, podendo repetir a tragédia da estagflação dos anos 1970.

Perda do ponto de referência do mercado: A taxa de juro a 10 anos do Tesouro americano, como referência global de risco zero, torna-se imprevisível, levando a uma distorção na formação de preços dos ativos.

Repetição do trágico ensino de Nixon nos anos 1970?

A história do declínio da independência do Fed é extremamente dolorosa. Na década de 1970, durante o mandato de Nixon, o governo exigiu fortemente que o Fed reduzisse as taxas de juro para garantir a reeleição. O presidente do Fed, Burns, inicialmente insistia numa política de aperto monetário para controlar a inflação elevada, mas sob pressão constante da Casa Branca, acabou por virar para uma política expansionista em 1971, reduzindo as taxas gradualmente. Embora esta abordagem tenha impulsionado a economia a curto prazo, a inflação manteve-se elevada.

Ainda pior, entre 1973 e 1974, a crise do petróleo agravou a inflação, enquanto o crescimento económico estagnou, levando os EUA à fase de estagflação. Os mercados de ações e de títulos sofreram forte turbulência, com os preços dos ativos a oscilar violentamente, mergulhando em caos. O preço do ouro disparou de 35 dólares para 180 dólares em 1974, um aumento superior a 400%. Assim, os períodos de maior intervenção política na história costumam coincidir com alta inflação e crises de ativos.

A situação atual tem uma forte semelhança com os anos 1970. Trump, para garantir a prosperidade de curto prazo nas eleições intermédias, e Hasset, como candidato dovish, encaixam perfeitamente nesta estratégia. Se Hasset assumir e implementar uma política de redução agressiva das taxas, a economia e as ações poderão beneficiar a curto prazo, mas a inflação poderá voltar com força entre 2026 e 2027. Quando for necessário subir significativamente as taxas para controlar a inflação, poderá desencadear uma recessão mais severa e uma crise de colapso de ativos.

A capacidade do Fed de manter a sua independência não afeta apenas a economia doméstica, mas também influencia diretamente o papel do dólar a nível mundial. O dólar só é reserva mundial porque os investidores globais confiam que o Fed tomará «medidas corretas, embora impopulares». Se essa independência for comprometida, os investidores internacionais passarão a questionar se o Fed abandonará a meta de inflação por razões políticas. O dólar deixará de ser «ativo sem risco»? E o dólar continuará a ser a moeda mais estável? Essas dúvidas podem diminuir a confiança global no mercado de títulos do Tesouro dos EUA, enfraquecendo a posição do dólar no cenário internacional.

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