A perspectiva de aumentar o imposto único de França, fixado em 30% desde 2018, ressurgiu nas discussões em torno do projeto de lei de finanças de 2026. Embora nenhuma decisão tenha sido finalizada, os funcionários de Bercy estão a estudar cenários que veriam a taxa subir para 33% ou até 36%. A medida surge num momento em que o governo enfrenta déficits estruturais persistentes e uma pressão crescente para gerar receitas adicionais.
Metas de Receita e Pressões Fiscais
De acordo com estimativas internas, cada aumento de um ponto percentual no imposto fixo poderia gerar cerca de €240 milhões em receita adicional. Um aumento para 33% geraria aproximadamente €720 milhões, enquanto uma taxa de 36% poderia render até €1,44 bilhões anualmente. Essas receitas são vistas como críticas para conter o déficit público, previsto para atingir 4,7% do PIB em 2026.
Divisões Políticas e Económicas
O imposto fixo, ou PFU, tem sido uma característica definidora da política fiscal de Macron, simbolizando uma abordagem de tributação simplificada e pró-investimento. Revisitar isso agora está a gerar tensões dentro da maioria. Alguns legisladores alertam que aumentar a taxa arrisca minar um pilar central do macronismo, enquanto outros argumentam que o ajuste é necessário para atender a imperativos orçamentais.
Círculos empresariais, incluindo representantes da AFEP, alertam que tal medida poderia causar um choque fiscal. Eles advertiram sobre as possíveis consequências para a competitividade, investimento e criação de empregos, mesmo que os defensores afirmem que a carga tributária sobre as poupanças na França ainda permaneceria mais baixa do que em muitos outros países europeus.
Maior Tributação em Foco
O debate sobre o imposto único faz parte de uma reavaliação mais ampla da tributação do capital. Alternativas como o chamado "imposto Zucman"—uma taxa de 2% sobre a riqueza acima de €100 milhões—continuam a ser discutidas, apesar da sua rejeição pelo Senado. Propostas para reduzir certas brechas fiscais, incluindo isenções ao abrigo do regime LODEOM em territórios ultramarinos, também estão a ser analisadas.
O Primeiro-Ministro Sébastien Lecornu descartou a reintrodução do imposto sobre a riqueza (ISF), mantendo que a consolidação fiscal deve continuar sem revisitar essa medida politicamente sensível. Dentro deste quadro, ajustar o imposto fixo é visto como um possível compromisso—menos explosivo do que reviver o ISF, mas ainda assim carregado politicamente e economicamente.
Implicações para Investidores e Poupadores
Para os indivíduos, um aumento uniforme dos impostos afetaria diretamente os retornos líquidos de muitos investimentos, incluindo as participações em criptomoedas que não estão protegidas em contas com vantagens fiscais. Tal mudança poderia empurrar alguns poupadores para a escala de rendimento progressivo ou acelerar estratégias de otimização fiscal. O governo, portanto, enfrenta a delicada tarefa de equilibrar as suas necessidades fiscais com o risco de erodir a confiança dos investidores.
Ver original
Esta página pode conter conteúdo de terceiros, que é fornecido apenas para fins informativos (não para representações/garantias) e não deve ser considerada como um endosso de suas opiniões pela Gate nem como aconselhamento financeiro ou profissional. Consulte a Isenção de responsabilidade para obter detalhes.
França considera aumento do imposto fixo nas negociações do orçamento de 2026
A perspectiva de aumentar o imposto único de França, fixado em 30% desde 2018, ressurgiu nas discussões em torno do projeto de lei de finanças de 2026. Embora nenhuma decisão tenha sido finalizada, os funcionários de Bercy estão a estudar cenários que veriam a taxa subir para 33% ou até 36%. A medida surge num momento em que o governo enfrenta déficits estruturais persistentes e uma pressão crescente para gerar receitas adicionais.
Metas de Receita e Pressões Fiscais
De acordo com estimativas internas, cada aumento de um ponto percentual no imposto fixo poderia gerar cerca de €240 milhões em receita adicional. Um aumento para 33% geraria aproximadamente €720 milhões, enquanto uma taxa de 36% poderia render até €1,44 bilhões anualmente. Essas receitas são vistas como críticas para conter o déficit público, previsto para atingir 4,7% do PIB em 2026.
Divisões Políticas e Económicas
O imposto fixo, ou PFU, tem sido uma característica definidora da política fiscal de Macron, simbolizando uma abordagem de tributação simplificada e pró-investimento. Revisitar isso agora está a gerar tensões dentro da maioria. Alguns legisladores alertam que aumentar a taxa arrisca minar um pilar central do macronismo, enquanto outros argumentam que o ajuste é necessário para atender a imperativos orçamentais.
Círculos empresariais, incluindo representantes da AFEP, alertam que tal medida poderia causar um choque fiscal. Eles advertiram sobre as possíveis consequências para a competitividade, investimento e criação de empregos, mesmo que os defensores afirmem que a carga tributária sobre as poupanças na França ainda permaneceria mais baixa do que em muitos outros países europeus.
Maior Tributação em Foco
O debate sobre o imposto único faz parte de uma reavaliação mais ampla da tributação do capital. Alternativas como o chamado "imposto Zucman"—uma taxa de 2% sobre a riqueza acima de €100 milhões—continuam a ser discutidas, apesar da sua rejeição pelo Senado. Propostas para reduzir certas brechas fiscais, incluindo isenções ao abrigo do regime LODEOM em territórios ultramarinos, também estão a ser analisadas.
O Primeiro-Ministro Sébastien Lecornu descartou a reintrodução do imposto sobre a riqueza (ISF), mantendo que a consolidação fiscal deve continuar sem revisitar essa medida politicamente sensível. Dentro deste quadro, ajustar o imposto fixo é visto como um possível compromisso—menos explosivo do que reviver o ISF, mas ainda assim carregado politicamente e economicamente.
Implicações para Investidores e Poupadores
Para os indivíduos, um aumento uniforme dos impostos afetaria diretamente os retornos líquidos de muitos investimentos, incluindo as participações em criptomoedas que não estão protegidas em contas com vantagens fiscais. Tal mudança poderia empurrar alguns poupadores para a escala de rendimento progressivo ou acelerar estratégias de otimização fiscal. O governo, portanto, enfrenta a delicada tarefa de equilibrar as suas necessidades fiscais com o risco de erodir a confiança dos investidores.