A escassez global de oferta de café apoia a valorização do Arábica apesar dos obstáculos do Robusta

Sinais Divergentes no Mercado de Café Misturado com Dinâmicas de Oferta

O mercado de café arábica subiu na quinta-feira, com contratos de março a ganhar +3,90 pontos (+1,05%), enquanto o café robusta de janeiro caiu -15 pontos (-0,26%). Esta divergência reflete perspetivas de oferta fundamentalmente diferentes para as duas principais espécies de café do mundo. Para o arábica, o momentum foi continuado pelos dados de exportação do Cecafe de quarta-feira, que revelaram uma contração acentuada nas remessas brasileiras. As exportações de café verde de novembro do Brasil caíram 27% em relação ao ano anterior, totalizando apenas 3,3 milhões de sacos — uma quebra significativa que se tornou um suporte importante para os preços.

Perspetivas do Clima e Produção no Brasil Criam Pisos de Preço

As condições de seca no Brasil continuam a reforçar os valores do arábica. Minas Gerais, a principal região produtora de arábica do país, registou apenas 11 mm de precipitação durante a semana que terminou em 5 de dezembro — apenas 17% da média histórica de precipitação. Este défice de humidade ameaça o potencial de rendimento e fornece suporte subjacente aos preços futuros. A Conab, agência oficial de previsão de colheitas do Brasil, atualizou recentemente a sua estimativa de produção de café para 2025 em +2,4%, para 56,54 milhões de sacos, em comparação com a previsão de setembro de 55,20 milhões de sacos. No entanto, surgiram obstáculos regulatórios quando o Parlamento Europeu atrasou a implementação do EUDR (Regulamento da Deforestação da União Europeia) em um ano, a 26 de novembro. Este adiamento permite a continuação das importações agrícolas de regiões propensas à desflorestação na África, Indonésia e América do Sul, potencialmente aliviando pressões de oferta de curto prazo devido a restrições políticas.

Níveis de Inventário Contam uma História Mista

As situações de stock físico estão a enviar sinais conflitantes. Os inventários de arábica monitorizados pelo ICE caíram para um mínimo de 1,75 anos, de 398.645 sacos a 20 de novembro, embora tenham recuperado ligeiramente para 426.523 sacos na sexta-feira passada — ainda historicamente baixos. Por outro lado, os stocks de robusta caíram para um mínimo de 11,5 meses, de 4.012 lotes, até quarta-feira, refletindo uma oferta disponível mais apertada. O mercado dos EUA enfrentou uma particular escassez após tarifas da administração Trump que suprimiram as compras americanas de café brasileiro. As importações de agosto a outubro caíram 52% em relação ao ano anterior, para 983.970 sacos, e apesar da recente remoção de tarifas, os níveis de inventário de café nos EUA permanecem restritos.

Surto de Produção no Vietname Pressiona os Preços do Robusta

O café robusta continua a laborar sob preocupações de abundância de oferta. As exportações de café de novembro do Vietname aumentaram 39% em relação ao ano anterior, para 88.000 MT, com as remessas acumuladas de janeiro a novembro a subir 14,8%, para 1,398 MMT. Olhando para o futuro, a produção do Vietname em 2025/26 está projetada para subir 6% em relação ao ano anterior, para 1,76 MMT (29,4 milhões de sacos) — um pico de quatro anos. A Associação de Café e Cacau do Vietname indicou que a produção poderia atingir 10% acima do ano agrícola anterior, se o clima permanecer cooperativo. Como principal produtor mundial de robusta, a colheita em expansão do Vietname pesa diretamente na avaliação dos futuros.

Projeções de Produção e Inventário Globais Moldam Perspetivas de Médio Prazo

A Organização Internacional do Café informou a 7 de novembro que as exportações globais de café para o ano de comercialização atual (Outubro-Setembro) contraíram 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos, sugerindo um fluxo de oferta mais apertado. O Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA projeta que a produção mundial de café em 2025/26 aumentará 2,5%, atingindo um recorde de 178,68 milhões de sacos. Isto divide-se numa diminuição de 1,7% do arábica, para 97,022 milhões de sacos, e num aumento de 7,9% do robusta, para 81,658 milhões de sacos. A produção do Brasil está prevista para subir 0,5%, para 65 milhões de sacos, enquanto a produção do Vietname deve saltar 6,9%, para 31 milhões de sacos. Os stocks finais estão projetados para acumular-se em 4,9%, para 22,819 milhões de sacos, de 21,752 milhões de sacos em 2024/25, sugerindo acumulação de inventário a longo prazo, apesar da escassez de curto prazo.

O complexo do café enfrenta pressões concorrentes: o arábica beneficia da fraqueza das exportações brasileiras e das chuvas abaixo da média, enquanto o robusta luta com a força da produção vietnamita e aumentos globais de oferta no horizonte.

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