## Os lucros da CrowdStrike impressionam, mas o preço das ações conta uma história diferente

O fornecedor de cibersegurança CrowdStrike (NASDAQ: CRWD) acabou de divulgar números sólidos do terceiro trimestre fiscal que fizeram os investidores concordar. A receita subiu 22% em relação ao ano anterior, atingindo $1,23 mil milhões, e a receita recorrente anual da empresa (ARR) atingiu $4,92 mil milhões, um aumento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda melhor? A nova ARR líquida atingiu um recorde $265 milhão no trimestre — um aumento de 73% em relação ao ano anterior.

Aqui está o ponto: o negócio em si está a funcionar a todo vapor. A plataforma Falcon continua a ser o seu principal produto, protegendo endpoints e cargas de trabalho na cloud enquanto os clientes consolidam as suas ferramentas de segurança. Acrescente o momentum em torno das capacidades de segurança de IA, e a gestão certamente vê ventos favoráveis. O fluxo de caixa livre foi saudável, atingindo $295,9 milhões, com o lucro operacional não-GAAP a subir para $264,6 milhões.

## A história de crescimento parece boa. A avaliação? Nem por isso.

Mas aqui é onde fica complicado. A CrowdStrike está a negociar a mais de 135 vezes os lucros não-GAAP futuros — e as ações valem aproximadamente 29 vezes as vendas. Para contextualizar, isso é astronomicamente caro mesmo pelos padrões de ações de software, onde múltiplos elevados são a norma.

As orientações da gestão não aliviam a preocupação. Eles visam pelo menos 50% de crescimento ano após ano na nova ARR até à segunda metade do exercício fiscal de 2026, com um crescimento de 20% esperado em 2027. Isso é uma meta agressiva para uma empresa que já possui uma base de ARR enorme. Significa que o preço das ações já refletiu anos de execução estelar, com quase nenhuma margem para erro.

## O risco real

Pense assim: se a CrowdStrike tropeçar mesmo que seja um pouco — por exemplo, o crescimento cair para 18% em vez dos 20% previstos — as ações podem sofrer uma forte queda. A avaliação atual praticamente não deixa margem para decepções. A pressão dos concorrentes também não ajuda. O cenário de cibersegurança está a aquecer, e embora a CrowdStrike continue a ser uma das melhores do setor, o preço das ações parece assumir perfeição.

Sim, os fundamentos da empresa permanecem fortes. Sim, os clientes estão a expandir o uso e a manter-se após interrupções. Sim, a conversão de caixa é sólida. Mas, quando se paga tanto por dólar de lucros e vendas, está-se basicamente a apostar que todas as previsões feitas pela gestão serão superadas — o que raramente acontece na vida real.

A conclusão? O negócio é realmente excelente. As ações? Essa é uma conversa diferente. Procure pontos de entrada melhores se estiver à procura de boas ações para comprar agora.