A transformação das utilities de energia nos Estados Unidos está a acelerar. Impulsionadas pelos compromissos climáticos, incentivos federais para energia limpa e o aumento da procura por data centers, as fornecedoras tradicionais de eletricidade estão a evoluir para empresas de infraestruturas essenciais. Dois grandes players—Duke Energy (DUK) e Exelon Corporation (EXC)—exemplificam esta mudança, embora sigam caminhos bastante diferentes. Compreender as suas estratégias revela qual delas pode servir melhor os investidores orientados para o crescimento hoje.
A Necessidade de Infraestruturas que Remodelam as Utilities
As utilities modernas enfrentam uma pressão crescente para se modernizarem. Para além dos tradicionais aumentos tarifários, estão a investir capital em escalas sem precedentes para responder a três demandas simultâneas: infraestruturas de rede envelhecidas, o aumento do consumo de eletricidade devido a data centers alimentados por IA, e a mudança a nível nacional para a geração de energia renovável. Isto cria oportunidades e riscos—empresas que executam bem ganham vantagens competitivas; aquelas que falham enfrentam obstáculos regulatórios.
O setor em si está a tornar-se mais atrativo. Utilities reguladas geram fluxos de caixa previsíveis porque as comissões de utilidades públicas normalmente aprovam previamente tarifas e retornos aceitáveis. Esta vantagem estrutural está a atrair capital institucional para um setor que antes era considerado estagnado.
A Aposta Ambiciosa de Descarbonização da Duke Energy
A Duke Energy está a traçar um percurso ambicioso: atingir zero emissões líquidas até 2050. A empresa já reduziu a emissão de carbono em 44% desde 2005 e planeia retirar a maior parte da capacidade de carvão até 2030, com uma saída total do carvão até 2035. O seu programa de adoção de veículos elétricos reflete esta estratégia mais ampla—eletrificando a sua própria frota enquanto expande as redes de carregamento para clientes.
O compromisso de capital é impressionante. A Duke Energy planeia investir $190-$200 mil milhões na próxima década, com $95-$105 mil milhões alocados para 2026-2030. Já investiu $9,88 mil milhões nos primeiros nove meses de 2025 e projeta $15 mil milhões para o ano completo. Isto reflete o posicionamento da Duke como líder na transição para energia limpa—embora “líder” aqui signifique aceitar uma diluição de lucros a curto prazo para um posicionamento de longo prazo.
Crescimento dos Lucros: A Zacks estima que o EPS da Duke crescerá 7,12% em 2025 e 6,1% em 2026.
O Modelo de Eficiência de Distribuição da Exelon
A Exelon está a seguir um caminho mais estreito, mas potencialmente mais resiliente. Em vez de perseguir a transformação na geração, está a apostar na transmissão e distribuição—a infraestrutura mais básica, mas essencial. Isto é importante: uma parte substancial da receita de distribuição da Exelon é desvinculada do uso do cliente, o que significa que ciclos económicos e condições meteorológicas têm menos impacto nos lucros.
A empresa serve mais de 10 milhões de clientes em sete jurisdições regulatórias, oferecendo uma diversificação que a maioria das utilities não possui. O investimento de capital da Exelon é mais focado: $38 mil milhões entre 2025-2028, com $21,7 mil milhões para distribuição elétrica, $12,6 mil milhões para transmissão e $3,8 mil milhões para entrega de gás. A gestão também está a explorar um adicional de $10-$15 mil milhões em melhorias na transmissão—mas isto permanece opcional, não comprometido.
A vertente dos data centers é particularmente atraente para a Exelon. A sua carteira de mais de 19 gigawatts oferece visibilidade sobre a procura futura, que já está maioritariamente pré-contratada, reduzindo a incerteza de receitas.
Crescimento dos Lucros: Espera-se que o EPS da Exelon aumente 8% em 2025 e 4,26% em 2026—um crescimento mais rápido a curto prazo, mas mais lento a longo prazo.
Rentabilidade e Eficiência de Capital
Ambas as empresas utilizam o capital dos acionistas de forma eficaz. O ROE da Duke é de 9,98%, enquanto o da Exelon é ligeiramente superior, com 10,29%—ambos acima da média do setor de 9,9%. Isto sugere que nenhuma está a destruir valor, mas o modelo da Exelon consegue retornos ligeiramente melhores com um programa de capital menos agressivo.
Retornos aos Acionistas e Avaliação
Os rendimentos de dividendos contam uma história semelhante: a DUK oferece 3,62% e a EXC oferece 3,61%, ambos bastante acima da média do S&P 500 de 1,1%. Para investidores à procura de dividendos, ambos são opções válidas.
Na avaliação, a Exelon parece mais barata: cotando a um P/E futuro de 15,74X contra 17,55X da Duke. Isto reflete a cautela do mercado relativamente ao peso maior de capex da Duke e ao crescimento mais lento dos lucros a curto prazo. Se esta diferença de valor justifica-se ou não, depende da sua convicção na narrativa de energia limpa de longo prazo da Duke.
Qual Ação Encaixa no Seu Portefólio?
Isto não é uma questão de qual empresa é “melhor”—ambas são fundamentalmente sólidas. Trata-se do horizonte temporal e da tolerância ao risco.
Escolha a Exelon se: Quer um crescimento mais estável de lucros a curto prazo (8% este ano), métricas de rentabilidade ligeiramente melhores, um valor de avaliação mais baixo, e menos preocupação com ciclos de capex massivos. O foco na distribuição significa receitas mais previsíveis, e o impulso dos data centers já está garantido.
Escolha a Duke Energy se: Acredita na tese de descarbonização da Duke e quer exposição ao potencial de valorização da transição energética. Os seus retornos serão comprimidos a curto prazo, mas podem acelerar uma vez que o ciclo de capex diminua após 2030 e a geração limpa escale.
Ambas as ações têm uma classificação Zacks Rank #3 (Hold). A nossa inclinação atual favorece a Exelon—a combinação de crescimento mais rápido de lucros a curto prazo, ROE superior e avaliação atrativa oferece um perfil de risco-recompensa melhor para os próximos 12-24 meses. A Duke Energy continua uma posição sólida a longo prazo, mas o prémio de avaliação de hoje ainda não está justificado pela sua trajetória de lucros.
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Liderança em Energia Limpa: Como a Duke Energy e a Exelon Estão Remodelando o Setor de Energia
A transformação das utilities de energia nos Estados Unidos está a acelerar. Impulsionadas pelos compromissos climáticos, incentivos federais para energia limpa e o aumento da procura por data centers, as fornecedoras tradicionais de eletricidade estão a evoluir para empresas de infraestruturas essenciais. Dois grandes players—Duke Energy (DUK) e Exelon Corporation (EXC)—exemplificam esta mudança, embora sigam caminhos bastante diferentes. Compreender as suas estratégias revela qual delas pode servir melhor os investidores orientados para o crescimento hoje.
A Necessidade de Infraestruturas que Remodelam as Utilities
As utilities modernas enfrentam uma pressão crescente para se modernizarem. Para além dos tradicionais aumentos tarifários, estão a investir capital em escalas sem precedentes para responder a três demandas simultâneas: infraestruturas de rede envelhecidas, o aumento do consumo de eletricidade devido a data centers alimentados por IA, e a mudança a nível nacional para a geração de energia renovável. Isto cria oportunidades e riscos—empresas que executam bem ganham vantagens competitivas; aquelas que falham enfrentam obstáculos regulatórios.
O setor em si está a tornar-se mais atrativo. Utilities reguladas geram fluxos de caixa previsíveis porque as comissões de utilidades públicas normalmente aprovam previamente tarifas e retornos aceitáveis. Esta vantagem estrutural está a atrair capital institucional para um setor que antes era considerado estagnado.
A Aposta Ambiciosa de Descarbonização da Duke Energy
A Duke Energy está a traçar um percurso ambicioso: atingir zero emissões líquidas até 2050. A empresa já reduziu a emissão de carbono em 44% desde 2005 e planeia retirar a maior parte da capacidade de carvão até 2030, com uma saída total do carvão até 2035. O seu programa de adoção de veículos elétricos reflete esta estratégia mais ampla—eletrificando a sua própria frota enquanto expande as redes de carregamento para clientes.
O compromisso de capital é impressionante. A Duke Energy planeia investir $190-$200 mil milhões na próxima década, com $95-$105 mil milhões alocados para 2026-2030. Já investiu $9,88 mil milhões nos primeiros nove meses de 2025 e projeta $15 mil milhões para o ano completo. Isto reflete o posicionamento da Duke como líder na transição para energia limpa—embora “líder” aqui signifique aceitar uma diluição de lucros a curto prazo para um posicionamento de longo prazo.
Crescimento dos Lucros: A Zacks estima que o EPS da Duke crescerá 7,12% em 2025 e 6,1% em 2026.
O Modelo de Eficiência de Distribuição da Exelon
A Exelon está a seguir um caminho mais estreito, mas potencialmente mais resiliente. Em vez de perseguir a transformação na geração, está a apostar na transmissão e distribuição—a infraestrutura mais básica, mas essencial. Isto é importante: uma parte substancial da receita de distribuição da Exelon é desvinculada do uso do cliente, o que significa que ciclos económicos e condições meteorológicas têm menos impacto nos lucros.
A empresa serve mais de 10 milhões de clientes em sete jurisdições regulatórias, oferecendo uma diversificação que a maioria das utilities não possui. O investimento de capital da Exelon é mais focado: $38 mil milhões entre 2025-2028, com $21,7 mil milhões para distribuição elétrica, $12,6 mil milhões para transmissão e $3,8 mil milhões para entrega de gás. A gestão também está a explorar um adicional de $10-$15 mil milhões em melhorias na transmissão—mas isto permanece opcional, não comprometido.
A vertente dos data centers é particularmente atraente para a Exelon. A sua carteira de mais de 19 gigawatts oferece visibilidade sobre a procura futura, que já está maioritariamente pré-contratada, reduzindo a incerteza de receitas.
Crescimento dos Lucros: Espera-se que o EPS da Exelon aumente 8% em 2025 e 4,26% em 2026—um crescimento mais rápido a curto prazo, mas mais lento a longo prazo.
Rentabilidade e Eficiência de Capital
Ambas as empresas utilizam o capital dos acionistas de forma eficaz. O ROE da Duke é de 9,98%, enquanto o da Exelon é ligeiramente superior, com 10,29%—ambos acima da média do setor de 9,9%. Isto sugere que nenhuma está a destruir valor, mas o modelo da Exelon consegue retornos ligeiramente melhores com um programa de capital menos agressivo.
Retornos aos Acionistas e Avaliação
Os rendimentos de dividendos contam uma história semelhante: a DUK oferece 3,62% e a EXC oferece 3,61%, ambos bastante acima da média do S&P 500 de 1,1%. Para investidores à procura de dividendos, ambos são opções válidas.
Na avaliação, a Exelon parece mais barata: cotando a um P/E futuro de 15,74X contra 17,55X da Duke. Isto reflete a cautela do mercado relativamente ao peso maior de capex da Duke e ao crescimento mais lento dos lucros a curto prazo. Se esta diferença de valor justifica-se ou não, depende da sua convicção na narrativa de energia limpa de longo prazo da Duke.
Qual Ação Encaixa no Seu Portefólio?
Isto não é uma questão de qual empresa é “melhor”—ambas são fundamentalmente sólidas. Trata-se do horizonte temporal e da tolerância ao risco.
Escolha a Exelon se: Quer um crescimento mais estável de lucros a curto prazo (8% este ano), métricas de rentabilidade ligeiramente melhores, um valor de avaliação mais baixo, e menos preocupação com ciclos de capex massivos. O foco na distribuição significa receitas mais previsíveis, e o impulso dos data centers já está garantido.
Escolha a Duke Energy se: Acredita na tese de descarbonização da Duke e quer exposição ao potencial de valorização da transição energética. Os seus retornos serão comprimidos a curto prazo, mas podem acelerar uma vez que o ciclo de capex diminua após 2030 e a geração limpa escale.
Ambas as ações têm uma classificação Zacks Rank #3 (Hold). A nossa inclinação atual favorece a Exelon—a combinação de crescimento mais rápido de lucros a curto prazo, ROE superior e avaliação atrativa oferece um perfil de risco-recompensa melhor para os próximos 12-24 meses. A Duke Energy continua uma posição sólida a longo prazo, mas o prémio de avaliação de hoje ainda não está justificado pela sua trajetória de lucros.