O fornecimento global de café aperta-se à medida que tarifas e condições meteorológicas remodelam a dinâmica do mercado

O Impacto Tarifário Redefine o Comércio de Café

As exportações brasileiras de café enfrentam obstáculos persistentes, com a administração Trump mantendo uma tarifa substancial de 40% sobre as importações do Brasil por motivos de emergência nacional. Enquanto as tarifas recíprocas sobre commodities produzidas nos EUA foram levantadas, o café brasileiro permanece preso no fogo cruzado. Essa mudança de política já fez sua marca: as compras dos EUA de café brasileiro de agosto a outubro caíram 52% em relação ao ano anterior, para apenas 983.970 sacos, à medida que os compradores americanos hesitam em firmar novos contratos a níveis de preço punitivos.

A consequência é visível nos dados de armazém. Os estoques de arábica na ICE despencaram para um mínimo de 1,75 anos, de 403.190 sacos, enquanto os estoques de robusta caíram para um mínimo de 3,75 meses, de 5.723 lotes. Essas reservas em diminuição estão oferecendo suporte significativo aos preços futuros, com o café robusta de janeiro subindo +252 pontos (+5,97%) hoje.

Preocupações Climáticas Adicionam Outro Fator de Apoio

A produção de café no Brasil enfrenta uma pressão crescente devido ao clima desfavorável. Minas Gerais, a maior região produtora de arábica do país, recebeu apenas 19,8 mm de chuva na semana que terminou em 14 de novembro—apenas 42% da média histórica. Essa seca ocorre enquanto a NOAA elevou a probabilidade de um evento La Niña no hemisfério sul para 71% de outubro a dezembro, o que pode trazer seca excessiva prejudicial ao desenvolvimento da safra de 2026/27 no Brasil.

A agência de previsão de safra do Brasil, Conab, já reduziu sua previsão de produção de arábica para 2025 em 4,9%, para 35,2 milhões de sacos, refletindo os atuais desafios de oferta. Como maior produtor mundial de arábica, qualquer redução no Brasil reverbera nos mercados globais de café em todo o mundo.

O Wildcard Vietnamita: Abundância de Oferta

Enquanto os estoques brasileiros se apertam, o Vietnã está aumentando a produção. O Escritório Nacional de Estatísticas do Vietnã reportou que as exportações de café de janeiro a outubro de 2025 aumentaram 13,4% em relação ao ano anterior, para 1,31 milhão de toneladas métricas. Ainda mais relevante para os preços de longo prazo: a produção de 2025/26 do Vietnã está projetada para subir 6% em relação ao ano anterior, para 1,76 milhão de toneladas métricas (29,4 milhões de sacos), atingindo um máximo de 4 anos e reforçando a posição do Vietnã como maior produtor de robusta do mundo.

Essa abundância de oferta está pressionando os preços do robusta, apesar do aperto geral do mercado. A Associação de Café e Cacau do Vietnã observou que condições climáticas favoráveis podem elevar a produção de 2025/26 em 10% em relação ao ano agrícola anterior.

O Que os Números Nos Dizem Sobre a Oferta Global

A Organização Internacional do Café reportou que as exportações globais de café para o ano de comercialização atual (Outubro-Setembro) caíram 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos—um sinal de que a dinâmica de oferta e demanda está se apertando, apesar da forte produção do Vietnã.

Olhando para o futuro, o Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA projeta que a produção mundial de café em 2025/26 aumentará 2,5% em relação ao ano anterior, atingindo um recorde de 178,68 milhões de sacos. No entanto, isso mascara tendências divergentes: a produção de arábica deve diminuir 1,7%, para 97,022 milhões de sacos, enquanto o robusta deve subir 7,9%, para 81,658 milhões de sacos. A produção do Brasil deve aumentar modestamente 0,5%, para 65 milhões de sacos, enquanto a do Vietnã sobe 6,9%, atingindo um máximo de 4 anos de 31 milhões de sacos.

A previsão inicial da StoneX para 2026/27 apresenta uma perspectiva mais otimista para o Brasil, projetando uma produção total de 70,7 milhões de sacos (+29% em relação ao ano anterior), incluindo 47,2 milhões de sacos de arábica—sugerindo uma recuperação potencial se o clima colaborar.

Perspectiva de Preços

O café arábica de dezembro está atualmente em queda de 0,05%, refletindo sinais conflitantes entre restrições de oferta impulsionadas por tarifas e o aumento da produção global. A interação entre a política tarifária, os padrões climáticos e a oferta competitiva do Vietnã provavelmente determinará se os preços do café manterão os níveis atuais de suporte ou mudarão de direção.

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