Como usar o coeficiente P/E para avaliar o valor das ações

Ideia principal

O coeficiente P/E (preço/lucro) é uma maneira simples de entender se uma ação está avaliada de forma justa. Ele mostra quanto dinheiro os investidores estão dispostos a gastar para obter um dólar de lucro da empresa. Quanto mais baixo o coeficiente, mais barata a empresa parece em relação aos seus lucros. Quanto mais alto, mais os investidores acreditam no seu crescimento futuro.

Como calcular o P/E: fórmula básica

O cálculo é simples e direto:

P/E = preço da ação ÷ lucro por ação (EPS)

Onde a fórmula eps é apresentada assim:

EPS = (lucro líquido da empresa após impostos) ÷ (número de ações ordinárias)

Esta fórmula de eps mostra qual o lucro que a empresa gera por cada ação. Sabendo este indicador, é fácil calcular o coeficiente básico.

Tipos de coeficiente P/E

Na prática, são utilizados quatro variantes principais:

P/E Atual — é calculado com base no lucro dos últimos 12 meses. Estes são resultados reais, já confirmados pelos relatórios da empresa.

P/E Previsível — é construído com base nos lucros esperados para os próximos 12 meses. Os analistas fazem previsões, mas os resultados ainda são desconhecidos.

P/E Absoluto — cálculo simples sem comparações, apenas o preço atual da ação dividido pelo último indicador de lucro por ação.

P/E Relativo — o coeficiente da empresa é comparado com os concorrentes na indústria ou com a média histórica da própria empresa. Isso ajuda a determinar se a ação é cara em relação ao seu setor.

Como interpretar os resultados

Um alto coeficiente pode significar duas coisas: ou o mercado acredita em um alto crescimento futuro da empresa e está disposto a pagar um prêmio, ou a ação está sobreavaliada.

Um baixo coeficiente sinaliza que ou a ação está subvalorizada, ou a empresa enfrentou problemas que assustam os investidores.

Mas “alto” e “baixo” são conceitos relativos. As empresas de tecnologia geralmente têm coeficientes mais altos, pois crescem mais rapidamente. As empresas de serviços públicos têm coeficientes baixos, porque crescem lentamente, mas de forma estável. Comparar uma empresa de tecnologia com uma empresa de serviços públicos com base neste indicador é sem sentido.

Quando o P/E é útil

Esta ferramenta será especialmente útil em várias situações:

Comparação rápida — se houver duas empresas em um setor e uma delas tiver um P/E muito mais alto, vale a pena investigar o porquê. Pode ser que ela realmente seja melhor, ou pode ser que esteja supervalorizada.

Procura de ações subvalorizadas — os investidores utilizam baixos coeficientes como primeiro filtro na busca de investimentos potencialmente lucrativos.

Análise de dados históricos — se o coeficiente da empresa aumentou nos últimos anos, isso pode indicar uma crescente confiança do mercado em suas perspectivas.

Principais problemas e limitações

O coeficiente não é uma panaceia. Ele tem sérios defeitos:

Não funciona com empresas deficitárias — se a empresa está a perder dinheiro, o coeficiente simplesmente não pode ser calculado.

Não mostra a velocidade de crescimento — dois coeficientes P/E podem ser iguais, mas uma empresa cresce 10 vezes mais rápido que a outra. A fórmula do eps não considera a dinâmica.

Sujeito a manipulações — contadores astutos podem reclassificar despesas para que os lucros pareçam melhores do que realmente são.

Ignora dívidas e fluxos de caixa — o coeficiente não indica quão endividada está a empresa com os bancos ou quão bem está a sua situação de liquidez.

Devido a estas limitações, não se podem tomar decisões de investimento apenas com base no P/E. É necessário considerar a receita, o lucro líquido, o nível de endividamento e outras métricas.

P/E em diferentes setores

O P/E varia muito dependendo do tipo de negócio:

  • As empresas de tecnologia costumam ser negociadas com P/E acima de 20-30, porque crescem rapidamente
  • As empresas do setor financeiro normalmente têm P/E de 10-15
  • As empresas de serviços públicos raramente superam um P/E de 15-20, porque o seu crescimento é previsível e baixo

É normal e esperado. Deve-se comparar apenas empresas do mesmo setor.

O P/E é aplicável às criptomoedas

Resposta simples: não, não é aplicável.

O coeficiente P/E exige que a empresa reporte seus lucros. Mas a maioria das criptomoedas e projetos de blockchain não geram lucros no sentido tradicional. Eles não têm receitas, como empresas que vendem bens ou serviços.

A única exceção são alguns protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), que realmente ganham com as comissões. Os analistas às vezes tentam aplicar métricas semelhantes, por exemplo, comparando o valor do token com o volume de comissões que a plataforma gera. Mas estes são abordagens experimentais que ainda não se estabeleceram como padrão.

Conclusões Finais

O coeficiente P/E é uma ferramenta útil, mas não universal. Ele fornece uma visão rápida sobre se a ação é cara ou barata em relação ao seu lucro atual. A fórmula do EPS e o cálculo básico são simples de aplicar, o que torna este coeficiente popular entre os investidores.

No entanto, deve usá-lo apenas como ponto de partida para análise, juntamente com outros indicadores. Não confie apenas no P/E — observe os indicadores fundamentais da empresa, seu crescimento, posição no mercado e a situação específica do setor.

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