A mensagem está clara: a moeda digital do banco central dos EUA está oficialmente fora de questão. Com Trump de volta ao cargo e um mandato claro contra o dinheiro controlado pelo governo, o foco mudou completamente para as stablecoins privadas — e as implicações podem transformar a forma como os americanos lidam com pagamentos digitais.
Por que a CBDC Nunca Ia Funcionar nos EUA
Vamos ser honestos — o argumento a favor de um dólar digital governamental sempre foi frágil. Mesmo antes de Trump fazer sua promessa de “nunca permitir” durante a campanha de 2024, os bancos centrais globalmente estavam lutando para convencer o público de por que uma CBDC importava. O nomeado do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, resumiu isso perfeitamente na sua audiência recente no Senado: “Não vejo motivo para os EUA terem uma moeda digital do banco central”, afirmou de forma direta.
Por quê? Porque os americanos já têm alternativas. Cartões de crédito, aplicativos fintech, sistemas de pagamento rápidos — a infraestrutura existe. Diferente de países em desenvolvimento onde a CBDC é uma necessidade, o mercado dos EUA simplesmente não precisa de uma moeda digital emitida pelo governo. A pessoa comum não sente urgência por isso.
Mas aqui está o verdadeiro ponto decisivo: preocupações com privacidade. John Kiff, ex-especialista em moedas digitais do FMI, apontou a tensão central: “Os usuários querem anonimato e privacidade semelhantes ao dinheiro em espécie, mas os bancos centrais relutam em oferecer isso, pois precisam cumprir leis de integridade financeira.” Trump mesmo usou esse medo durante sua campanha, alegando que a CBDC daria ao governo “controle absoluto sobre seu dinheiro.”
Seja justificado ou não, o ceticismo público paralisou o progresso da CBDC. De 169 projetos de CBDC no mundo, apenas quatro foram realmente lançados. O Banco Central Europeu e outros falam sobre salvaguardas de privacidade, mas poucas pessoas acreditam nelas. Essa desconfiança, aliada ao ceticismo republicano sobre o excesso de controle do governo, selou o destino da CBDC nos EUA.
Stablecoins Agora São o Jogo do Estabelecimento
Com a morte da CBDC, as stablecoins estão prontas para se tornar a infraestrutura padrão de moeda digital nos EUA. Geoff Kendrick, do Standard Chartered, deixou claro: “A CBDC nos EUA está morta sob Trump. Em vez disso, eles vão seguir a rota das stablecoins privadas, e o Fed não tem controle sobre isso.”
É aqui que fica interessante. O Congresso já está agindo. A Clarity for Payment Stablecoins Act e a Lummis-Gillibrand Payment Stablecoin Act estão em andamento — projetos bipartidários destinados a criar a estrutura regulatória que a indústria vem exigindo. Não é uma legislação radical; é pragmática. Ambos os lados veem isso como uma vitória política rápida antes das eleições de 2026.
Kendrick prevê o caminho a seguir: “Acredito que nos próximos meses aprovarão uma lei de stablecoin que crie regulamentação. Depois, provavelmente, veremos mais players tradicionais emitindo stablecoins nos EUA, e também mais segurança em relação às duas maiores stablecoins, Tether e USDC.”
Esse último ponto é importante. Uma estrutura regulatória não apenas desbloqueia novas stablecoins — ela legitima as existentes. Quando players institucionais começarem a emitir suas próprias versões, o mercado se expandirá dramaticamente.
O Que Isso Significa para o Panorama Mais Amplo de Criptomoedas
Aqui é onde as coisas divergem globalmente. O yuan digital da China já está operacional, mas com escopo limitado. O Banco Central Europeu avança com cautela na sua iniciativa de euro digital. Mas a posição de Trump sobre CBDC pode ter efeitos em cadeia: economias menores podem reconsiderar seus próprios projetos, vendo pouco apoio global.
Alguns argumentam que isso enfraquece a competitividade dos EUA. Mas há um contra-argumento que vale a pena considerar. CBDC no atacado — a camada de liquidação para instituições financeiras — é uma coisa diferente de CBDC de varejo. O Fed deveria focar seus recursos lá, em pagamentos transfronteiriços e eficiência de liquidação, ao invés de dólares digitais voltados ao consumidor.
A realidade: stablecoins como Tether e USDC já fazem o que a promessa da CBDC de varejo oferece. São mais rápidas, não requerem infraestrutura governamental, e existem em uma zona cinzenta regulatória que, ironicamente, lhes dá uma flexibilidade que o Fed nunca conseguiria. Uma vez que essa estrutura regulatória se solidifique, as stablecoins se tornarão a infraestrutura do comércio digital nos EUA — emitidas privadamente, mas confiáveis publicamente.
A Conclusão
A postura dura de Trump contra a CBDC não é apenas ideologia; reflete uma realidade de mercado genuína. Os americanos não precisam de dinheiro digital emitido pelo governo quando alternativas privadas existem e funcionam de forma eficiente. A verdadeira movimentação está na adoção de stablecoins, na clareza regulatória e na entrada de players tradicionais de finanças nesse espaço.
A CBDC sempre tentou resolver um problema que não existia nos EUA. As stablecoins, por sua vez, resolvem um problema real: tornar as transações digitais mais rápidas, baratas e acessíveis. Esse é o futuro que Washington está apostando.
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A proibição de CBDC de Trump abre portas para um aumento de stablecoins—Veja o que muda
A mensagem está clara: a moeda digital do banco central dos EUA está oficialmente fora de questão. Com Trump de volta ao cargo e um mandato claro contra o dinheiro controlado pelo governo, o foco mudou completamente para as stablecoins privadas — e as implicações podem transformar a forma como os americanos lidam com pagamentos digitais.
Por que a CBDC Nunca Ia Funcionar nos EUA
Vamos ser honestos — o argumento a favor de um dólar digital governamental sempre foi frágil. Mesmo antes de Trump fazer sua promessa de “nunca permitir” durante a campanha de 2024, os bancos centrais globalmente estavam lutando para convencer o público de por que uma CBDC importava. O nomeado do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, resumiu isso perfeitamente na sua audiência recente no Senado: “Não vejo motivo para os EUA terem uma moeda digital do banco central”, afirmou de forma direta.
Por quê? Porque os americanos já têm alternativas. Cartões de crédito, aplicativos fintech, sistemas de pagamento rápidos — a infraestrutura existe. Diferente de países em desenvolvimento onde a CBDC é uma necessidade, o mercado dos EUA simplesmente não precisa de uma moeda digital emitida pelo governo. A pessoa comum não sente urgência por isso.
Mas aqui está o verdadeiro ponto decisivo: preocupações com privacidade. John Kiff, ex-especialista em moedas digitais do FMI, apontou a tensão central: “Os usuários querem anonimato e privacidade semelhantes ao dinheiro em espécie, mas os bancos centrais relutam em oferecer isso, pois precisam cumprir leis de integridade financeira.” Trump mesmo usou esse medo durante sua campanha, alegando que a CBDC daria ao governo “controle absoluto sobre seu dinheiro.”
Seja justificado ou não, o ceticismo público paralisou o progresso da CBDC. De 169 projetos de CBDC no mundo, apenas quatro foram realmente lançados. O Banco Central Europeu e outros falam sobre salvaguardas de privacidade, mas poucas pessoas acreditam nelas. Essa desconfiança, aliada ao ceticismo republicano sobre o excesso de controle do governo, selou o destino da CBDC nos EUA.
Stablecoins Agora São o Jogo do Estabelecimento
Com a morte da CBDC, as stablecoins estão prontas para se tornar a infraestrutura padrão de moeda digital nos EUA. Geoff Kendrick, do Standard Chartered, deixou claro: “A CBDC nos EUA está morta sob Trump. Em vez disso, eles vão seguir a rota das stablecoins privadas, e o Fed não tem controle sobre isso.”
É aqui que fica interessante. O Congresso já está agindo. A Clarity for Payment Stablecoins Act e a Lummis-Gillibrand Payment Stablecoin Act estão em andamento — projetos bipartidários destinados a criar a estrutura regulatória que a indústria vem exigindo. Não é uma legislação radical; é pragmática. Ambos os lados veem isso como uma vitória política rápida antes das eleições de 2026.
Kendrick prevê o caminho a seguir: “Acredito que nos próximos meses aprovarão uma lei de stablecoin que crie regulamentação. Depois, provavelmente, veremos mais players tradicionais emitindo stablecoins nos EUA, e também mais segurança em relação às duas maiores stablecoins, Tether e USDC.”
Esse último ponto é importante. Uma estrutura regulatória não apenas desbloqueia novas stablecoins — ela legitima as existentes. Quando players institucionais começarem a emitir suas próprias versões, o mercado se expandirá dramaticamente.
O Que Isso Significa para o Panorama Mais Amplo de Criptomoedas
Aqui é onde as coisas divergem globalmente. O yuan digital da China já está operacional, mas com escopo limitado. O Banco Central Europeu avança com cautela na sua iniciativa de euro digital. Mas a posição de Trump sobre CBDC pode ter efeitos em cadeia: economias menores podem reconsiderar seus próprios projetos, vendo pouco apoio global.
Alguns argumentam que isso enfraquece a competitividade dos EUA. Mas há um contra-argumento que vale a pena considerar. CBDC no atacado — a camada de liquidação para instituições financeiras — é uma coisa diferente de CBDC de varejo. O Fed deveria focar seus recursos lá, em pagamentos transfronteiriços e eficiência de liquidação, ao invés de dólares digitais voltados ao consumidor.
A realidade: stablecoins como Tether e USDC já fazem o que a promessa da CBDC de varejo oferece. São mais rápidas, não requerem infraestrutura governamental, e existem em uma zona cinzenta regulatória que, ironicamente, lhes dá uma flexibilidade que o Fed nunca conseguiria. Uma vez que essa estrutura regulatória se solidifique, as stablecoins se tornarão a infraestrutura do comércio digital nos EUA — emitidas privadamente, mas confiáveis publicamente.
A Conclusão
A postura dura de Trump contra a CBDC não é apenas ideologia; reflete uma realidade de mercado genuína. Os americanos não precisam de dinheiro digital emitido pelo governo quando alternativas privadas existem e funcionam de forma eficiente. A verdadeira movimentação está na adoção de stablecoins, na clareza regulatória e na entrada de players tradicionais de finanças nesse espaço.
A CBDC sempre tentou resolver um problema que não existia nos EUA. As stablecoins, por sua vez, resolvem um problema real: tornar as transações digitais mais rápidas, baratas e acessíveis. Esse é o futuro que Washington está apostando.