Acordei de manhã e, ao pegar no telemóvel, fiquei logo baralhado com um conjunto de dados.

Dei uma vista de olhos ao fecho dos mercados americanos de ontem à noite: o ETF triplo inverso do FTSE China disparou 3,24%, e o ETF duplamente inverso do índice FTSE China 50 subiu 2,07%. O índice Nasdaq Golden Dragon China praticamente não mexeu, subiu apenas 0,08%, e o futuro do FTSE A50 até caiu 0,01%.

O que é que estes dados mostram? Os ativos chineses tiveram um desempenho morno ontem à noite, e até já há capital a começar a apostar na queda. Mal se vê um sinal de recuperação, já estão de olho em fazer short, não admira que as ações de Hong Kong tenham caído mais de 1% ontem.

Para ser sincero, estas técnicas do capital internacional são mesmo experientes. Quando tu sobes, eles pressionam logo, nem dão tempo para respirar. Mas, verdade seja dita, a performance do A-share nestes dias também não é brincadeira; se o capital principal tiver mesmo vontade de puxar para cima, esta pressão vendedora pode não ser suficiente para travar.

Pessoalmente, acho que hoje o mercado pode começar com alguma volatilidade, até porque a pressão externa está lá. Mas desde que o volume de transações acompanhe, na segunda metade do dia pode haver surpresas. O mais importante é ver se os principais investidores querem enfrentar de frente esta vaga de short.

Em termos de estratégia, não aconselho a entrar em pânico. Quando há muitos a fazer short, o squeeze pode ser ainda mais forte. Claro que, para isso, tens de aguentar e não te deixar assustar pelas oscilações intradiárias. O mercado é um jogo: quem for o primeiro a vacilar, perde.