Na semana passada, fiquei um pouco confuso ao limpar a carteira. Aqueles tokens de obrigações do Tesouro dos EUA com 4% de rendimento anual estavam ali a apanhar pó, e os NFTs de arte generativa que comprei no ano passado num momento de euforia também não sei bem para que servem — um é tão estável como um depósito a prazo, o outro serve só mesmo como avatar. Estes dois ativos parecem que nem falam a mesma língua.

Depois experimentei uma coisa: meti-os juntos numa pool de colateral de um protocolo qualquer. Não estava à espera, mas de repente o jogo fez sentido.

**O segredo está na mistura**

Antes achava que os ativos tinham de ser bem separados: tokens de obrigações são para jogar pelo seguro, NFTs são só para quem gosta de conceitos. Mas agora vejo que não é preciso ser tão rígido. Quando usei os meus tokens de obrigações como colateral, os NFTs também puderam entrar e oferecer prémio de risco — o portefólio ganhou outra vida. É como se duas pessoas que nunca se cruzariam de repente se juntassem para cozinhar: uma trata do lume, a outra dos temperos, e no fim sai algo novo.

Os ativos deixaram de andar cada um por si, começaram a colaborar.

**A liquidez cresce**

Antes, se quisesse usar o valor dos ativos, basicamente era ir às plataformas de empréstimo e pedir dinheiro, o que parecia estar sempre a criar dívida. Mas desta vez, ao gerar stablecoins a partir do colateral, a sensação foi totalmente diferente — o ativo original ficou intacto, mas parece que ganhou um “clone” que foi trabalhar noutro lado.

Na semana passada, usei as moedas geradas para participar numa pool de liquidez de tokens de direitos de autor de música, com rendimento anualizado de 22%. O curioso é que parte deste rendimento vem, indiretamente, do meu token “conservador” de obrigações do Tesouro. Ativos estáveis e ativos voláteis a funcionarem juntos no mesmo quadro, isto