Ultimamente reparei numa tendência interessante: aquela malta do dinheiro antigo de Wall Street está discretamente a transformar o Ethereum no próximo campo de batalha.

Vamos começar com um número que impressiona — a BitMine voltou a comprar 437 milhões de dólares em ETH recentemente, tendo agora 3,86 milhões de moedas na mão, o que representa 3,2% da oferta em circulação. Já é o maior detentor de Ethereum do mundo. Mas se achas que isto é só um jogo de acumular moedas, estás a subestimar muito a ambição destes tipos.

**O mais interessante está a acontecer ao nível da infraestrutura.**

A BlackRock (aquela que gere 13,5 biliões de dólares) não só pediu aprovação para um ETF de ETH com staking, como também está a criar fundos tokenizados, trazendo ativos tradicionais para a blockchain. Nomes como JPMorgan, Deutsche Bank e Standard Chartered, todos estão a construir plataformas DeFi empresariais no Ethereum e nas suas redes L2. O HSBC e o Bank of New York Mellon vão mais longe, usando a rede Ethereum para custódia de ativos e liquidações internacionais.

Isto não é brincadeira.

No passado, o ETH parecia mais um ativo especulativo; agora está a transformar-se numa mistura de ativo gerador de rendimento e infraestrutura financeira. Só a BitMine já consegue mais de 400 milhões de dólares por ano só em receitas de staking. A narrativa evoluiu de “o computador mundial” para “a camada global de liquidação financeira” — quando ativos tradicionais na ordem dos biliões começarem realmente a circular na cadeia, a lógica de avaliação do ETH vai ter de ser totalmente revista.

Por isso, o objetivo dos 12 000 dólares não é um slogan. É uma projeção baseada no “plano de migração financeira” que as instituições já estão a executar.

**O que anda a fazer o dinheiro inteligente?**

Eles não compram só ETH no mercado à vista; estão também a posicionar-se cedo nos protocolos do ecossistema Ethereum — especialmente RWA, DeFi e jogos em blockchain, áreas com casos de uso reais e forte consenso comunitário. Seguir os construtores: é assim que as instituições estão a jogar agora.

Claro que é preciso alguma cautela: a volatilidade do mercado é normal, e esta estratégia institucional de “construir e comprar ao mesmo tempo” pode prolongar o bull market, mas o sobreaquecimento a curto prazo continua a ser um risco a ter em conta.

Ficam duas questões para refletires:
1. Achas que o ETH no futuro será mais “petróleo digital” (de consumo), ou “dívida pública digital” (gerador de rendimento)?
2. Quando a torre da finança tradicional estiver totalmente reconstruída em blockchain, em que momento achas que vamos atingir o topo do bull market?