Dei de caras com uma entrevista durante a madrugada que, num instante, fez com que muitos amigos que passam os dias a olhar para o "gráfico de previsões de taxas de juro" da Reserva Federal dos EUA acordassem para a realidade.
Kevin Hassett, diretor do Conselho Económico Nacional da Casa Branca, foi bastante direto: se a Fed decidir agora o plano das taxas de juro para os próximos seis meses, isso seria "irresponsável". Na sua perspetiva, o papel do presidente da Fed resume-se a três coisas — olhar para os dados, ajustar a política e dar explicações. Em suma, não contem com spoilers; o caminho faz-se passo a passo.
Porque é que isto é tão impactante? Porque Hassett não é apenas mais um funcionário. O mercado vê-o, de forma generalizada, como o principal candidato a suceder a Powell na presidência da Fed. O que ele diz agora, basicamente, já começa a revelar o tom da futura política monetária.
O mercado reagiu rapidamente. Alguns analistas apontaram diretamente que esta postura de “os dados é que mandam” é mais dura do que se esperava, e os traders reduziram de imediato as expectativas para cortes de juros no próximo ano. Vejam só o peso que isto tem.
Claro que há outro concorrente, Kevin Warsh, também debaixo de olho. Já trabalhou na Fed antes e tem ainda mais experiência prática. Esta disputa, de certa forma, é uma luta entre "sensibilidade política" e "perfil tecnocrata".
Para nós, que acompanhamos o mercado de perto, a declaração de Hassett é um aviso importante. Os dados de inflação continuam voláteis, as perspetivas económicas permanecem incertas e apostar já num determinado caminho fixo para cortes de juros é arriscado.
Cada decisão da Fed daqui para a frente, tal como ele disse, poderá mesmo ter de ser revista mês a mês, com passos cautelosos. Em vez de tentar adivinhar o destino, mais vale prestar atenção aos dados económicos sempre que são divulgados. Afinal, neste mercado, os dados são mesmo a maior variável.
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Lonely_Validator
· 12-09 06:53
Parece que é melhor esquecer esses roteiros de taxas de juro todos enfeitados, os dados é que mandam.
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HalfBuddhaMoney
· 12-09 06:44
Epá, agora ficámos mesmo sem saída, o sonho da descida das taxas de juro foi por água abaixo, é mesmo isso.
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rugpull_ptsd
· 12-09 06:42
Mais um "vamos ver passo a passo", então como é que nós, que estamos 24 horas a monitorizar o mercado, sobrevivemos?
Dei de caras com uma entrevista durante a madrugada que, num instante, fez com que muitos amigos que passam os dias a olhar para o "gráfico de previsões de taxas de juro" da Reserva Federal dos EUA acordassem para a realidade.
Kevin Hassett, diretor do Conselho Económico Nacional da Casa Branca, foi bastante direto: se a Fed decidir agora o plano das taxas de juro para os próximos seis meses, isso seria "irresponsável". Na sua perspetiva, o papel do presidente da Fed resume-se a três coisas — olhar para os dados, ajustar a política e dar explicações. Em suma, não contem com spoilers; o caminho faz-se passo a passo.
Porque é que isto é tão impactante? Porque Hassett não é apenas mais um funcionário. O mercado vê-o, de forma generalizada, como o principal candidato a suceder a Powell na presidência da Fed. O que ele diz agora, basicamente, já começa a revelar o tom da futura política monetária.
O mercado reagiu rapidamente. Alguns analistas apontaram diretamente que esta postura de “os dados é que mandam” é mais dura do que se esperava, e os traders reduziram de imediato as expectativas para cortes de juros no próximo ano. Vejam só o peso que isto tem.
Claro que há outro concorrente, Kevin Warsh, também debaixo de olho. Já trabalhou na Fed antes e tem ainda mais experiência prática. Esta disputa, de certa forma, é uma luta entre "sensibilidade política" e "perfil tecnocrata".
Para nós, que acompanhamos o mercado de perto, a declaração de Hassett é um aviso importante. Os dados de inflação continuam voláteis, as perspetivas económicas permanecem incertas e apostar já num determinado caminho fixo para cortes de juros é arriscado.
Cada decisão da Fed daqui para a frente, tal como ele disse, poderá mesmo ter de ser revista mês a mês, com passos cautelosos. Em vez de tentar adivinhar o destino, mais vale prestar atenção aos dados económicos sempre que são divulgados. Afinal, neste mercado, os dados são mesmo a maior variável.