Hash: A Magia Por Trás do Bitcoin que Provavelmente Não Entendias

Esqueça a teoria chata. Um hash é basicamente uma máquina de transformação: você insere dados de qualquer tamanho, sai um código fixo de tamanho sempre igual. Muda uma letra na sua entrada, o código muda completamente. Insere o mesmo 1000 vezes, obtém o mesmo resultado. Determinista, previsível, inquebrável.

Por que o Bitcoin precisa disto?

A mágica está no fato de que é muito fácil criar um hash A PARTIR de dados, mas impossível fazer o oposto ( adivinhando quais dados criaram esse hash ). É como uma porta que só abre em uma direção.

No Bitcoin, os mineradores basicamente jogam este jogo: “Encontre um número secreto que, quando o hasheo, o resultado comece com X zeros”. Podem tentar milhões de vezes por segundo, mas apenas quem o encontra primeiro “ganha” o bloco. Se o preço do Bitcoin sobe, entram mais mineradores, aumenta a potência de cálculo total (hash rate), e o Bitcoin automaticamente torna isso mais difícil (adiciona mais zeros necessários). Assim, mantém-se um novo bloco a cada ~10 minutos. Engenhoso, não é?

As Três Propriedades que Não Podem Ser Quebradas

1. Não há colisões fáceis: Dois dados diferentes produzindo o mesmo hash é matematicamente tão difícil que requereria milhões de anos.
2. Não se pode reverter: Ver um hash e adivinhar os dados originais é impossível (por isso as senhas hasheadas em bases de dados não podem ser “desencriptadas”).
3. Não há atalho: Mesmo que você conheça um hash anterior, isso não ajuda a manipular o seguinte.

A Realidade

SHA-256 é o algoritmo que o Bitcoin usa. SHA-1 e SHA-0 já estão quebrados (encontraram colisões). Agora apenas confiam no SHA-2 e SHA-3. Cada bloco de Bitcoin está ligado ao anterior através desses hashes, criando uma cadeia praticamente impossível de alterar.

Sem hash, não há blockchain. Simples assim.